De acordo com pesquisa da FecomercioSP, queda ocorreu por bons motivos, já que foi motivada pelo aumento na parcela de empresas que declararam estar com os estoques abaixo do desejado
Apesar da recuperação das vendas do comércio varejista em 2017, a adequação do nível de estoques ficou abaixo da expectativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O Índice de Estoques (IE) do varejo da cidade de São Paulo registrou queda de 2%, passando de 105,1 pontos em novembro para 103 pontos em dezembro. É a terceira retração seguida. Em relação ao mesmo mês de 2016, quando o índice atingia 106,1 pontos, houve retração de 2,9%. A proporção de empresários que considera seu nível de estoques adequado alcançou 51,5%, a menor parcela desde abril e bem abaixo da média histórica pré-crise de 60%.
Os dados compõem o Índice de Estoques (IE), da FecomercioSP, que capta a percepção dos varejistas sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
A parcela de empresários que afirma estar com estoques acima do adequado chegou a 32,4%, alta de 0,8 ponto porcentual (p.p.) em relação ao mês anterior e 0,8 p.p. abaixo do apurado em dezembro de 2016. Os que afirmaram estar com o nível de mercadorias abaixo do ideal aumentaram 0.2 p.p., atingindo 16%. Em relação a dezembro de 2016, houve o crescimento de 2,4 pontos porcentuais.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, a trajetória de queda do IE nos últimos três meses ocorreu por bons motivos, motivada pelo aumento da parcela de empresas com os estoques abaixo do desejado que atingiu o maior patamar desde maio do ano passado, resultado do aumento das vendas, embora em dezembro também tenha havido avanço dos estoques elevados. Nesse aspecto, a FecomercioSP espera que seja apenas um efeito estatístico de empresários que aumentaram seus estoques para as vendas de fim de ano, e, que, após o Natal, estejam com as prateleiras com menor volume.
De acordo com a Federação, esse indicador tem sido o mais resistente à recuperação já em curso na economia. Os empresários permanecem, equivocadamente, com projeções de vendas excessivamente otimistas. A Federação entende que, em parte, a ansiedade dos varejistas em vender mais é compreensível após três anos de quedas dos negócios, porém, é indicado que se aproveite esse período de recuperação econômica para a adequação dos estoques, trazendo-os para patamares mais baixos – já que o custo de se manter estoques elevados acaba prejudicando os resultados da empresa.
Nota metodológica
O Índice de Estoques (IE) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e para “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
Fonte: Segs