Eletrobras vai reabrir plano de demissão voluntária em outubro

Objetivo é desligar cerca de 2.400 funcionários

SÃO PAULO – A Eletrobras vai reabrir, em outubro, o Plano de Demissão Consensual (PDC). Segundo o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, o objetivo é desligar cerca de 2.400 funcionários que são um excedente de mão de obra no momento.

“A tecnologia que é mais avançada, a padronização e a organização dos processos vão permitir ao grupo Eletrobras, como um todo, reduzir em torno de 2,4 mil empregados”, disse o presidente nesta segunda-feira sobre as razões que tornam o quadro maior do que o necessário.

Ferreira participou de um almoço com empresários na capital paulista nesta segunda-feira.

Na primeira etapa do PDC, houve adesão de 736 empregados. Ferreira afirmou que espera terminar a gestão na empresa com um quadro de funcionários reduzido à metade do que quando assumiu o cargo.

De acordo com ele, eram 24 mil empregados em junho de 2016. Com as privatizações e programas de demissão, Ferreira pretende entregar a companhia com 12 mil funcionários no início do ano que vem.

A empresa propôs o pagamento da multa do FGTS, somado ao aviso prévio correspondente a três salários do empregado, mais 50% relativos à soma dos valores da multa e do aviso prévio, além de cinco anos de plano de saúde para quem aderir ao plano de demissão.

PRIVATIZAÇÃO

A próxima etapa no programa de privatizações da Eletrobras é a venda da Amazonas Distribuidora de Energia, prevista para o dia 26 de setembro. O negócio evitaria, segundo Ferreira, um processo de liquidação da empresa.

“É o pior que pode acontecer”, opinou o executivo sobre a medida que, de acordo com ele, prejudicaria funcionários e credores.

Das seis distribuidoras que eram controladas pela estatal, quatro já foram leiloadas.

A Companhia Energética de Alagoas (Ceal), teve o leilão suspenso devido a uma decisão judicial do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), impedindo a venda da companhia, após ação movida pelo governo de Alagoas.

Ferreira defendeu, no entanto, que a Eletrobras deve vender parte de suas ações para se capitalizar e ter dinheiro para fazer os investimentos necessários no setor elétrico brasileiro.

“É uma companhia que tem tamanho, representação, que deveria demandar investimentos na casa de R$ 10 bilhões a R$ 14 bilhões. E hoje ela tem capacidade, mesmo arrumada, de R$ 4 bilhões”, afirmou.

Para ele, as possibilidades da empresa como estatal se esgotaram. “Eu acho que a companhia avançou muito e pode avançar mais, mas não como estatal”, ressaltou.

Fonte: o Globo