Desova de crédito podre por bancos e lojas pode chegar a R$ 40 bi em 2021

A inadimplência trazida pela pandemia está batendo na porta de investidores especializados na aquisição de créditos com problemas. A estimativa de instituições e empresas que vendem e compram esse tipo de dívida, ouvidas pela consultoria Deloitte, é de crescimento de 50% no volume transacionado este ano, em comparação a 2020, – e envolverá a R$ 33 bilhões. Porém, o número pode chegar a R$ 40 bilhões, já que algumas casas ficaram de fora na pesquisa.

Além do montante maior, outras consequências da pandemia são percebidas na pesquisa. Ao lado dos bancos, as varejistas aparecem entre as que mais venderam carteiras de crédito “podre” este ano e, em sua grande maioria, de pessoas físicas.

Fintechs também devem vender carteiras “podres”

O sócio da Deloitte, Luís Vasco, afirma que as varejistas vêm sofrendo com a inadimplência e perceberam que podem fazer caixa com a venda desse crédito. Para ele, o valor total das carteiras vendidas deve ser ainda maior em 2022, com bancos, varejistas, financeiras e fintechs adotando a prática.

A projeção de R$ 33 bilhões em carteiras a serem vendidas não corresponde, entretanto, ao valor que efetivamente será negociado. Como são empréstimos que os devedores não conseguiram pagar, essas carteiras são vendidas com desconto. Assim, a expectativa das casas que compram esses créditos é de que gastem R$ 6,2 bilhões este ano, acima dos R$ 4,4 bilhões pagos por carteiras inadimplentes em 2020.

Fonte: O Estado de São Paulo