O ano de 2016 não deixará saudades para boa parte dos varejistas. A retração do consumo fez com que o ano fosse de pouco ou não registrasse qualquer crescimento para as marcas, mas 2017 chega com a expectativa de melhoria nas vendas. Isso porque alguns fatores que impediam o crescimento reduziram – como a inadimplência do consumidor. Outro motivo para otimismo está nas lições que a crise deixou, como investimentos em ferramentas tecnológicas e foco no cliente.
Ainda que a retomada da economia só deva acontecer em 2018, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, este ano deverá ser de crescimento tímido e lento para aqueles que ousarem. Os alugueis caros em shoppings, por exemplo, começam a se tornar mais acessíveis, o que incentiva quem um dia pensou em fechar as portas a trocar de localização.
A mudança de pensamento tradicional dos empresários deve ocorrer caso não queiram continuar vivendo no cenário do ano que passou. “Há uma baixa esperança de crescimento, mas ela existe para aqueles que se empenharem em fazer diferença na vida do consumidor. O setor passou por uma reviravolta enquanto a economia sofria e tornou-se mais digital. Aqueles que mantêm boas vendas são os que investiram em novas plataformas”, comenta Márcio Lima, Diretor da Soul Trade Marketing, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Consumidor conectado
As novas tecnologias são justamente o ponto que farão a diferença na área em 2017. As perspectivas apontam um varejo cada vez mais híbrido e com mais inovações para atender os consumidores conectados. Os jovens entre 16 e 34 anos estão dispostos a pagar mais por uma boa experiência de compra e 37% deles não pretendem economizar, segundo pesquisa da Nielsen. Oferecer experiências focadas em públicos-alvo que estão propensos para comprar é uma maneira de evitar a perda de lucros na evasão de outros tradicionais shoppers.
A questão do Omnichannel, em que muito se fala, mas pouco se faz, será cada vez mais presente. O ponto de venda passa a ser um espaço de contato, tornando a compra uma consequência de todo um processo de relacionamento bem conduzido. Transformações nos modelos de remuneração e novas redefinições dos cargos de vendedores começarão a ser implantadas juntamente com novas tecnologias. A integração de canais de venda faz parte das previsões para 2017, já que o consumidor está cada vez mais exigente ao transitar livremente pelos meios físico e digital.
Um dos exemplos da Soul Trade é justamente voltado a oferecer uma melhor experiência de compra. “O promotor virtual é uma ferramenta com tecnologia para atender o novo consumidor: um totem alocado nas lojas para que o cliente tenha um atendimento remoto com visualização. O cliente tira dúvidas, por meio de uma tela, ao vivo, sobre o funcionamento do produto, expõe o que procura e tem segurança na sua aquisição. A diferença está em não falar com um robô e sim em atendimento personalizado durante a decisão e da compra e também no pós-venda”, conta Márcio.
Novas tecnologias
Esse tipo de modelo “no friction” se caracteriza pelo fim dos intermediários será cada vez mais vista no varejo. Se os representantes de vendas estão sendo substituídos pelo acesso direto do cliente no canal digital ou no contato pelas redes sociais, outras áreas também extinguirão o uso dessas pessoas, como já ocorre em aeroportos, no uso de totens para check-in ou ao pedir um meio de transporte, como faz o Uber ou reservar um apartamento, como faz o Airbnb.
Essas tecnologias, no entanto, não significam que aumentarão o desemprego por causa delas. Outro sistema da Soul Trade é voltado para que o cliente (marca) interaja com a equipe em tempo real no ponto de venda. “Em tempos de recessão é preciso estar atento em cada detalhe das ações. Por isso, a ferramenta monitora o desempenho dos promotores, acompanha os resultados de vendas de seus produtos, visualiza as marcas no PDV, números do estoque (com projeção de vendas feita sem intervenção humana) e o posicionamento da concorrência”, pontua Márcio.
Chamada de Dash, a plataforma é mobile e reúne dados sem riscos de erros e cálculos, faz economizar em gastos com analistas e promove interação com equipes. “O uso de dados analíticos em tempo real é algo que vem ajudando o setor a crescer e realizar ativações mais assertivas. O Big Data é uma das tecnologias que o varejo começará a utilizar tanto em pequenas redes quanto grandes companhias”, conclui Marcio.
Shoppings
Apesar do fraco crescimento em 2016, o setor de shoppings comemorou o desempenho dos centros comerciais. O Grupo Partage cresceu em relação à abertura de lojas e fluxo de clientes. “Investimos na captação de marcas relevantes para os shoppings e em eventos e atividades que estimulam a união e o entretenimento entre as famílias. Também apostamos nas novas tecnologias como canais alternativos junto a nossos consumidores, como o lançamento dos aplicativos dos shoppings do grupo”, conta Roberta Veloso, diretora de Marketing da Partage.
O setor projeta crescimento ainda com a adesão de novas plataformas. A economia da experiência vai se fortalecer ainda mais com os usos de realidade virtual e realidade aumentada. “O smartphone ajudará o consumidor a se aproximar das marcas e cabe à elas oferecer utilidades para que os clientes sintam que não há barreiras entre mundo físico e virtual”, conta Márcio Lima.
Fonte: Blog Televendas