O bom desempenho dos grandes bancos em meio à pior recessão da história brasileira comprovou a solidez do sistema financeiro do país, porém, colocou sob os holofotes o poder de mercado dessas instituições – que não era desconhecido, mas se mostrou maior do que se podia imaginar.
Se na crise de 2008 os bancos americanos e europeus viram seus resultados despencar, as cinco maiores instituições do país – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa – absorveram mais de R$ 360 bilhões em calotes no crédito desde 2014 sem que sua rentabilidade, sempre entre as maiores do mundo, fosse substancialmente afetada.
Mesmo após a perda com inadimplência e todos os outros custos, o lucro desse grupo de bancos somou R$ 244 bilhões entre 2014 e 2017. A cifra supera todo o ganho líquido de 307 empresas não financeiras no mesmo período, que alcançou R$ 56 bilhões (R$ 120 bilhões sem os prejuízos da Petrobras).
A capacidade dos bancos de manter os lucros em qualquer cenário é reflexo de um sistema moldado em meio a décadas de turbulência, em que o Banco Central colocou a estabilidade financeira à frente do risco de concentração, dizem especialistas. As “fintechs” são a esperança para estimular a competição.
Fonte: Valor Economico