Para reforçar capital, Banco do Brasil avalia venda de ativos

SÃO PAULO –  Como parte de um plano para reforçar seu capital, o Banco do Brasil (BB) voltou a estudar a venda de participações em suas áreas de cartão e de gestão de recursos de terceiros.

A instituição também avalia uma saída para as operações dos bancos Votorantim e Patagônia (Argentina), o que pode incluir a venda de fatias nessas entidades. A decisão já tomada, porém, é que o BB não vai mais aportar capital próprio nesses bancos.

Entre os ativos que poderiam ser vendidos pelo BB estão em análise as ações da distribuidora e geradora de energia Neoenergia e da fabricante de silos Kepler Weber. Via BB Investimentos, o banco detém respectivamente uma fatia de 11,99% e 17,45% nessas companhias.

O cenário base do BB para os próximos anos é que não poderá contar com injeções do Tesouro para reforçar capital. O plano também envolve não segurar a concessão de crédito por conta de capital. É nesse contexto que as medidas estão sendo pensadas.

O banco não vê como possível fazer uma oferta pública de ações para aumento de capital. Isso porque a União está praticamente no limite do controle do banco e não pretende ter sua participação diluída. O Tesouro detém 50,7% do BB, segundo informações do último formulário de referência divulgado. Por meio do Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização (FFIE), braço privado de investimentos do Fundo Soberano, a União ainda detém outros 3,7%.

 No caso da venda de participações na gestora de recursos e na empresa de cartões, a meta do BB é negociar com investidores a venda de pequenas fatias dessas empresas. Isso porque a avaliação do banco é que o BB poderia perder parte de sua rentabilidade se decidisse se desfazer de fatias maiores dessas áreas.

Procurado pela reportagem, o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores do Banco do Brasil, José Maurício Pereira Coelho, informou por meio de nota que “o Banco do Brasil não cogita vender participações dos seus negócios de cartões e administração de recursos de terceiros”. 

Fonte: Valor Econômico