Carteiras de renda fixa têm pior semana em dois meses

SÃO PAULO  –  A renda fixa brasileira teve nos últimos cinco dias a pior semana em dois meses, com os preços dos papéis influenciados pela expectativa de que a queda dos juros possa ser mais demorada que o esperado.

Essa visão, que vem desde a decisão de política monetária do último dia 19, foi reforçada na semana passada pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que voltou a trazer elementos de cautela ao processo de convergência da inflação à meta, indicando que as quedas dos juros deverão ser graduais e moderadas.

O IMA-Geral – índice que representa a evolução, a preços de mercado, de uma carteira de títulos públicos composta por LTN, NTN-F, LFT, NTN-B e NTN-C – caiu 0,33% na semana passada, maior baixa para o período desde a semana finda em 26 de agosto, quando houve recuo de 0,42%.

 Dentre os subíndices que compõem o IMA-Geral, o que contabiliza os retornos das carteiras com NTN-B de prazo inferior a cinco anos sofreram, de longe, a maior queda. Uma explicação seria a ideia de que o juro real nesse período pode ficar maior que o antecipado, o que desvalorizaria o preço do papel hoje. O IMA-B 5 caiu 1,53% na semana passada, recuo mais acentuado desde também a semana encerrada em 26 de agosto.

Já o IMA-B 5+, com NTN-B de prazo igual ou superior a cinco anos, ficou praticamente estável, com variação negativa de 0,01%. Nesse caso, prevaleceria a ideia de que os juros reais no longo prazo tenderão a cair, o que torna as NTN-B longas mais atrativas hoje.

Fonte: Valor Econômico