SÃO PAULO – O índice de inadimplência nas operações de crédito do Itaú Unibanco para pessoas físicas apresentou uma melhora importante no terceiro trimestre deste ano, afirmou Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores do banco.
O indicador de atrasos acima de 90 dias no maior banco privado brasileiro caiu de 5,9% para 5,7% entre o segundo e o terceiro trimestre, considerando as operações no país. O banco atribuiu essa melhora à “menor inadimplência nas carteiras de cartão de crédito, crédito pessoal e veículos”.
O índice total de inadimplência, no entanto, passou de 3,6% para 3,9%. O aumento já havia sido sinalizado pelo banco e foi resultado do atraso de um grupo econômico específico, que os analistas acreditam se tratar da Sete Brasil, operadora de sondas do pré-sal que pediu recuperação judicial no começo do ano. “Sem esse grupo específico, a inadimplência ficou estável”, afirmou Kopel, em teleconferência com jornalistas.
Nas grandes empresas, o indicador de inadimplência saiu de 1,6% em junho para 2,8% em setembro. Porém, sem o caso de um grupo econômico específico, teria caído para 1,4%. Em setembro de 2015, o índice estava em 1,5%.
Quanto às micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência tornou a piorar, subindo de 6% em junho para 6,3% em setembro. Em setembro de 2015, o indicador estava em 4,2%. “A elevação de 0,3 ponto percentual em micro, pequenas e médias empresas em relação a junho de 2016 foi influenciada pela contração de 2,3% da carteira desse segmento no trimestre”, apontou o Itaú.
O diretor de relações com os investidores do banco iniciou a apresentação à imprensa tratando das variáveis macroeconômicas. O Itaú projeta uma queda de 3,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e uma alta de 2% em 2017. A estimativa para a taxa básica de juros no fim do próximo calendário é de 10%. “O BC [Banco Central] está muito diligente em relação à inflação”, disse Kopel. A estimativa do banco é que o IPCA encerre este ano com alta de 6,9% e de 4,8% em 2017.
Fonte: Valor Econômico