Necessidade de educação financeira é consenso entre especialistas de recuperação de crédito
A Aserc participou do evento “Recuperação de Crédito – Desafios no Cenário Atual”, realizado pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), no dia 08 de dezembro, em São Paulo.
A principal conclusão dos debates durante o evento da Acrefi é de que brasileiro não é mau pagador, mas falta Educação Financeira à população. Os debatedores também abordaram as melhores práticas de recuperação de crédito, no cenário atual. A mediação dos debates ficou a cargo da jornalista da GloboNews Christiane Pelajo.
Na visão do CEO da Ipanema Credit Management (Diretor Executivo), Godofredo Barros, o sucesso da recuperação de crédito está mais ligado à forma do que a quantidade de contatos.
Segundo ele, quem está devendo não quer ser acionado por telefone em casa. 83% prefere ser contatado pelo celular.
Nesse cenário, também é importante educar tanto consumidor como cobrador, avaliou. Barros sugeriu inclusive que as empresas esclareçam os devedores de que dever não é feio, nem final dos tempos. Em alguns casos, para ter sucesso na cobrança, é importante ajudar as pessoas a perceberem porque elas se tornaram devedoras.
A palavra-chave para o sucesso da cobrança é comunicação com o inadimplente. Também é essencial cuidar da base de dados que deve ser sólida e utilizar sistemas adequados à cobrança. O especialista aposta que após esse período crítico para o país, o consumidor estará mais preparado para tomar crédito.
Jefferson Frauches Viana, do Instituto Geoc, lembrou que o brasileiro se torna inadimplente cada vez mais cedo. Ou seja, o público jovem está inadimplente hoje, mais do que no passado. Trata-se de um público que não gosta de falar ao celular, preferindo outros tipos de interação para cobrança.
Panorama financeiro
O consultor econômico da Acrefi, Nicola Tingas, acredita que 2016 foi um ano de depuração para melhorias em 2017, que ainda será um ano de transição. Já o período de 2018 a 2020 será de expansão econômica.
Tingas apresentou gráficos que demonstram que 2016 foi um ano de recessão com o PIB em queda de 3,5%. Mas também já vê melhoras com a correção do câmbio e de tarifas e redução de custos. “Teremos uma qualidade melhor para um novo ciclo”, disse. Ele avalia que a conturbação política foi o grande problema que levou o tecido social ao limite.
Para o próximo ano, destaca a necessidade de baixar juros. A expectativa de Tingas é o Brasil chegar ao final do ano que vem com juros de 1 dígito. Ele também acredita que as famílias estão pouco a pouco se ajustando.
Futuro chegou
O Diretor Superintendente da Acrefi, Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho), demonstrou otimismo em relação ao futuro do país. “Sempre ouvi que o Brasil é o país do futuro. O futuro se faz aqui e agora”, destacou.