O volume de serviços caiu 2,2% em janeiro deste ano em relação a dezembro
O setor de serviços, que tem um peso de cerca de 70% no Produto Interno Bruto (PIB), continua patinando, em contraste com os primeiros sinais positivos observados na indústria e no movimento comercial. O volume de serviços caiu 2,2% em janeiro deste ano em relação a dezembro, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o pior resultado para o mês da série histórica iniciada em 2012.
Janeiro é tradicionalmente um mês de férias, com fraco movimento na área de serviços em geral, com exceção de atividades turísticas. Mesmo nesse segmento, porém, a PMS revela um recuo de 11% no mês, sempre em relação a dezembro. No conjunto de serviços, em comparação com janeiro de 2006, a queda foi de 7,3%, já descontada a inflação.
A queda se deve basicamente ao desemprego e ao elevado endividamento das famílias, obrigadas a limitar seus gastos ao estritamente essencial. Os dados sugerem que, depois das festas de fim de ano, que fizeram o setor crescer 0,7% em dezembro, os recursos disponíveis das famílias mal deram para pagar os impostos que vencem em janeiro e para cobrir despesas com matrículas e materiais escolares.
Os serviços prestados às famílias encolheram 3,6% e o segmento mais atingido foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares, que registrou recuo de nada menos de 14,5%. Esse acentuado declínio pode ser atribuído ao fato de que, ao iniciar-se o ano, muitos novos contratos estavam ainda em negociação.
Com a colheita de uma safra agrícola recorde, era de esperar que o segmento de transportes tivesse um desempenho melhor. O que se verifica, no entanto, é que esse setor, incluindo serviços auxiliares e correio, teve queda de 1,1%. A única área com desempenho positivo foi a de serviços de informação e comunicação, com aumento de 5,5%.
O IBGE atualizou a metodologia da PMS, de modo a adaptá-la às novas tendências de consumo. Mas os cálculos feitos a partir do início da pesquisa, que tomou 2011 como ano-base, e os baseados na nova metodologia, tendo 2014 como ano-base, pouco diferem e não alteram o quadro de retração nessa área.
Fonte: Estadão