Bancos prometem liberar crédito para comprar carro em 15 minutos

O setor automotivo começa a se recuperar, e os bancos desenvolvem alternativas para atrair clientes com bom perfil e que precisem de crédito para trocar de carro. As estratégias de hoje incluem análises mais amplas e tentam reduzir burocracias.

“Já fomos líderes em financiamento de automóveis, mas também tivemos o índice mais alto de inadimplência, e hoje procuramos um crescimento saudável”, diz Rodnei Bernardino, diretor do Itaú Unibanco.

A instituição desenvolve novas ferramentas para lojistas, que podem executar todas as etapas da venda por meio de um aplicativo.

De acordo com Bernardino, todo o processo de compra, da aprovação do crédito ao faturamento do carro, pode ser concluído em 15 minutos. O processo tradicional exige o preenchimento de fichas cadastrais com cerca de 70 perguntas.

A agilidade busca fazer o vendedor se interessar mais pelas linhas de crédito oferecidas pelo Itaú, num mercado que vive um momento de concorrência feroz.

De acordo com dados da empresa B3, foram financiados 2,4 milhões de veículos no primeiro semestre, entre novos e usados, alta de 6,8% na comparação com o mesmo período de 2016.

“Esperávamos uma retomada, mas está vindo acima do imaginado. Até achamos que não viria, mas veio”, afirma Bernardino.

Líder no segmento de crédito para compra de veículos, o Santander lançou uma modalidade de financiamento feita diretamente entre consumidores, sem a intervenção de uma loja.

Caso o comprador atenda às exigências cadastrais de aprovação, é feita uma vistoria do veículo e acertada a forma de parcelamento. O valor é depositado na conta-corrente do proprietário.

Itaú e Santander têm portais para venda de veículos: iCarros e Webmotors. As novas opções de financiamento deverão ser oferecidas em anúncios nesses sites.

NOVO DISCURSO

O discurso de hoje é bem diferente do usado na transição entre os anos de vendas em alta para o período de retração do mercado automotivo, entre 2014 e 2016. A inadimplência crescia, fazendo os bancos aumentarem as exigências para aprovar linhas de crédito, enquanto as vendas caíam bruscamente.

Na recuperação atual, o que os bancos desejam é atrair os clientes que retardaram a troca do carro com medo da crise, mas hoje possuem veículos fora da garantia e se sentem atraídos pelas novidades do mercado. Os ciclos de renovação de produtos, que já estavam definidos pelas montadoras antes da crise, foram mantidos.

Fonte: Blog Televendas