Com redução das agências físicas e aumento das operações digitais, trabalhadores preveem mais demissões no setor bancário
O Bradesco registrou 7,4 mil adesões ao Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) lançado em 13 de julho, ao qual puderam aderir os funcionários da Organização Bradesco. “O Bradesco reitera que a implementação do PDVE não afeta o elevado padrão de qualidade dos serviços prestados aos seus clientes e usuários, em todas as localidades e atividades em que atua”, informa, em comunicado, o banco, que não divulgou expectativas para o plano.
Entre janeiro e julho deste ano, os bancos brasileiros fecharam um total de 10.680 postos de trabalho no País, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Ainda de acordo com a pesquisa, apenas em julho o setor foi capaz de gerar um saldo ligeiramente positivo de 72 postos a mais, o primeiro após 17 meses de resultados negativos.
Em novembro de 2016, o Banco do Brasil anunciou seu Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) para funcionários com condições de aposentadoria até 31 de dezembro do mesmo ano. No total, houve 9.409 adesões em todo o Brasil.
Já o mesmo plano implementado pela Caixa Econômica Federal conseguiu a adesão de 2.806 empregados.
Na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, não existe perspectiva de melhora para o setor, que deverá continuar demitindo trabalhadores nos próximos meses.
“Isso que vemos é a afirmação da política dos bancos de redução das agências físicas e aumento das operações eletrônicas e digitais. O banco quer maximizar lucro, então vai investir cada vez mais em tecnologia e menos na mão de obra”, diz. Para o dirigente, 2018 será um ano de poucas contratações.
Fonte: Estadão