A estreia da Via Varejo no mercado de empréstimos vencidos e inadimplentes, os chamados créditos podres, não animou os investidores deste setor. As propostas foram enviadas essa semana e alguns players consolidados preferiram não participar. Um deles justifica o momento não propício para comprar uma carteira de varejo de mais de R$ 2 bilhões em meio à situação financeira atual das pessoas físicas, com um nível elevado de desemprego no Brasil. Além disso, especialistas deste segmento dizem que a recuperação de créditos no setor de varejo é baixa, inferior às operações de bancos. O processo da Via Varejo está sendo assessorado pela consultoria PWC e foi batizado com o codinome “Projeto Futuro”. O martelo em relação ao nome do comprador, que pode estar entre a Recovery, do Itaú Unibanco, a Ipanema, que agora tem o Santander como sócio, ou alguma novata, será dado antes do Natal.
Por quê?
A procura da Via Varejo por investidores que compram créditos podres é mais uma das muitas ações que a empresa tem tomado num momento de acelerada implementação de novas estratégias. Fora do universo financeiro, a companhia faz esforços para unificar as operações de venda online e loja física enquanto investe num novo formato de loja para ganhar velocidade na expansão. Procurados, Via Varejo, Recovery e Santander não comentaram.
Presente
Além da Via Varejo, o Bradesco também está movimentando o mercado de crédito podre em dezembro. O banco está vendendo mais R$ 6 bilhões, em um processo assessorado pela Ernst & Young. Considerado um candidato já estabelecido no mercado de crédito podre, teria atraído players como a RCB Investimentos, que tem parceria com a global PRA Group, a Recovery, do Itaú Unibanco, a Ativos, do Banco do Brasil, e a novata Megaware. Com mais essa rodada, o Bradesco pode alcançar a marca de R$ 15 bilhões em carteiras vendidas desde que passou a acessar esse mercado, no final de 2016. (Com Dayanne Sousa)
Fonte: Estadão