A ofensiva da gestora Vinci Partners na venda de ativos em 2017 compensou a perda nos últimos anos com a PDG, em recuperação judicial. Após uma baixa de cerca de R$ 600 milhões com a incorporadora apenas no braço de private equity, a salvação veio com o Burger King, que poderá render quase R$ 500 milhões somente em sua abertura de capital. Entre fatias vendidas e os 11% que a Vinci manteve na rede de fast food, o fundo já registra mais de R$ 1 bilhão com o ativo, um alto retorno ante o aporte inicial de pouco mais de R$ 300 milhões. Fora isso, a gestora ainda vai embolsar R$ 145 milhões com a locadora Unidas, alvo de fusão com a Locamerica. Na Unidas, foram investidos R$ 100 milhões em 2011, mas uma parte da empresa já havia sido vendida para a Enterprise.
Problemáticos
Embora com desinvestimentos bem sucedidos como o do Burger King, outros negócios da Vinci enfrentam mais desafios. Na avaliação do mercado, o portfólio inclui empresas compradas a preços altos no boom econômico de 2010 a 2014 e que, em alguns casos, enfrentaram a crise muito endividadas. Na PDG, os aportes milionários desde 2012 foram insuficientes para evitar a série de prejuízos que levou à recuperação judicial. O patrimônio da PDG será entregue aos credores para quitar quase R$ 6 bilhões em dívidas. A Vinci também é acionista do grupo de moda InBrands e, no passado, fracassou na tentativa de fusão da companhia com a Restoque.
Próximo
O calendário da Vinci para 2018 promete ser movimentado. Inclui mais desinvestimentos do fundo II e, em paralelo, investimentos do seu fundo III. Um dos ativos na manga é o grupo de seguros e resseguros Austral. Há conversas para venda a um investidor estratégico após negociação frustrada com o chinês Fosun, mas um IPO também é possível. Outro alvo é a rede de ensino superior a distância Uniasselvi. Embora a empresa esteja na fila para um IPO, nesse caso fontes consideram que a Vinci deve permanecer como um acionista relevante diante do potencial de crescimento da companhia. Procurada, a Vinci não comentou.
Ímã
O potencial de ofertas de ações no Brasil está atraindo mais players para o mercado de capitais. O ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Eli Loria e o professor do Insper Daniel Kalansky montaram o Loria e Kalansky Advogados. Na mira, estão exatamente processos no mercado de capitais, aproveitando a maior demanda por serviços jurídicos.
Pulso firme. Os sócios apostam ainda numa maior procura com o novo marco regulatório que permite à CVM aplicar multas mais altas fora acordos de leniência. As penalidades poderão chegar a até R$ 50 milhões, sendo que antes alcançavam no máximo os R$ 500 mil.
A jato
O hábito de deixar as compras para os últimos dias antes do Natal ganhou espaço entre consumidores do mundo online. Às vésperas do feriado, no dia 20, houve alta de 35% nos pedidos, segundo a MundiPagg, empresa que lida com pagamentos do comércio eletrônico. O aumento reflete a tendência de vendas com entrega expressa ou a jato.
Nada muda
Os investimentos em infraestrutura em 2018 não deverão ficar em patamares diferentes daqueles observados nos últimos dois anos, quando registraram 1,7% (2016) e 1,5% (2017) do Produto Interno Bruto (PIB), calcula a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). A entidade estima que o segmento no Brasil careça de aproximadamente R$ 300 bilhões ao ano, o que representa cerca de 5% do PIB nacional, ao longo de uma década.
Nicho
A Reforma Trabalhista está impulsionando o seguro garantia judicial em processos trabalhistas após permitir que empresas contratem apólices no lugar de depósitos recursais. Na corretora JLT Brasil, foram fechados 50 contratos em apenas 30 dias. E a expectativa para 2018 é ousada: emitir 3 mil apólices para essa finalidade.
Faz a conta
Uma grande rede de varejo registrou 1.500 recursos só em 2017. Para entrar com cada recurso, os valores variam entre R$ 9 mil e R$ 18 mil. Assim, a varejista teria de desembolsar ao menos R$ 13,5 milhões. Ao substituir os depósitos recursais por um seguro garantia judicial, a economia pode chegar a 95% já que o preço das apólices varia de R$ 150,00 a R$ 500,00.
Fonte: Estadão