O que mais influencia no reajuste é o aumento nas contas de água, luz e pessoal, além dos custos com manutenção da estrutura
Além do Verão e das férias, o mês de janeiro é lembrado pelo brasileiro como o período de pagar as parcelas iniciais de uma série de tributos. É nessa mesma época do ano que quem vive em condomínio é notificado pela administração sobre o reajuste na taxa mensal. E, para este ano, os condôminos já podem preparar os bolsos, pois especialistas preveem um acréscimo de até 7% sobre o valor da cota atual.
Segundo o Sindicato da Habitação da Bahia (Secovi-BA), o principal influenciador do reajuste é o aumento nas contas de água, luz e pessoal, além dos custos com manutenção da estrutura, a exemplo de elevadores e área de lazer.
Em 2017, a tarifa de água na Bahia sofreu um reajuste de 8,8%, elevando a cobrança mínima de R$ 25,30 para R$ 27,50; e a conta de luz sofreu uma elevação média de 3%, gerando um aumento de R$ 3 a cada 100 kWh. Já o salário mínimo teve um acréscimo de 1,81%, que passa a valer a partir deste mês, saindo de R$ 937 para R$ 954. Na virada do ano, o déficit gerado por esses aumentos acaba sendo repassado para o bolso dos condôminos.
Além dos custos básicos fundamentais para o bom funcionamento da administração condominial, devem ser considerados ainda o histórico de despesas, as benfeitorias futuras, inadimplência, situação atual das contas, dissídio e encargos trabalhistas, despesas de contratos de manutenção e gastos extras com o final de ano.
Síndico do conjunto Solar das Palmeiras, na Pituba, há cinco anos, Petrônio Barradas comemora a marca de
três anos sem reajuste na cota. “Construímos um modelo de administração com controle rígido dos gastos. Além disso, temos uma folha de funcionários que presta serviço de manutenção para nossos condôminos, evitando a evolução de problemas e, por consequência, gastos maiores”, explicou.
Outra estratégia adotada por Barradas foi a instalação de lâmpadas com sensor de presença para diminuir os custos com energia. “Agora estamos trabalhando em um projeto para individualizar a água e aumentar a economia”.
Apesar do cenário positivo em alguns condomínios, o aumento é uma realidade para parte das administrações de empreendimentos residenciais. Segundo o Secovi, cada condomínio possui características individuais que estão ligadas não só à estrutura física, mas também ao comportamento dos condôminos e à gestão administrativa do síndico.
“Cada condomínio é um universo e a taxa cobrada leva em consideração a área física e seus desgastes, o salário de pessoal e seus encargos, além das contas de água e energia que são os verdadeiros calcanhares de Aquiles em qualquer folha de custos”, explicou o presidente do Secovi, Kelsor Fernandes.
Para Kelsor, a taxa média provável de reajuste em 2018 será entre 6% e 7%, um aumento significativo para o bolso do condômino. “A questão fundamental agora é gerir o condomínio com inteligência para que a manutenção dos custos possa seguir congelada ou até mesmo seja reduzida”, explicou. Ele ressalta ainda que aumentar não é benéfico para ninguém, pois todos sentem no bolso. “Temos discutido estratégias, pois o aumento da taxa também faz crescer a inadimplência”, explica.
Fonte: Correio 24hrs