Os resultados do cenário de crédito em novembro divulgados hoje pelo Banco Central (BC) mostram que os financiamentos com recursos livres para pessoa física consolidaram uma tendência de aceleração do volume de concessões, analisa Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). “O crédito para pessoa física tem espaço para surpreender no ano que vem e a carteira pode se expandir de 7%, em uma estimativa conservadora, até 12%”, afirma.
Em 2018, a Acrefi prevê que o crédito para pessoa física com recursos livres vai atingir um crescimento de 5%. Para Tingas, o potencial de expansão da carteira de financiamentos para as famílias é maior que o estimado pelo mercado no momento. “A [carteira da] pessoa física já estava em trajetória de expansão, principalmente neste segundo semestre, e à medida que a massa salarial começa a crescer, os indivíduos de baixa renda começam a ter condições de aumentar o consumo básico. Isso dá escala.”
O consumo refreado diante das incertezas econômicas e políticas recentes também aos poucos apresenta sinais de retomada, considera o economista da Acrefi. “Há um resgate de um consumo reprimido e um dos sinais é o crescimento dos financiamentos de veículos”, diz.
Segundo Tingas, o saldo de crédito da pessoa física já superou o volume da pessoa jurídica desde o começo do ano e vem se distanciando na medida em que os empréstimos corporativos apresentam recuo ao longo de 2017. “Mas a queda do crédito livre para pessoa jurídica está sendo estancanda neste fim de ano, com a recuperação cíclica da economia aos poucos os financiamentos para empresas vão voltando”, afirma.
Fonte: Blog Televendas