Índice recuou em relação ao trimestre anterior, quando estava em 12,4%. Número de desocupados também caiu, para 12,3 milhões.
O desemprego no Brasil seguiu em queda e ficou em 11,8% no quarto trimestre de 2017, atingindo 12,3 milhões de pessoas, 5% a menos do que nos três meses anteriores. Apesar de as taxas indicarem uma tendência de queda a cada trimestre, a qualidade dos empregos não melhorou, já que a maioria das vagas não oferece carteira assinada.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua.
No ano de 2017, a taxa média de desocupação registrada foi de 12,7%, a maior da série histórica do IBGE, que começou em 2012. Nesse período, o desemprego alcançou, em média, 13,23 milhões de pessoas da força do trabalho – o número mais elevado dos últimos cinco anos.
“Houve um aumento de pessoas ocupadas. Isso já era esperado por conta dos empregos temporários que são oferecidos no fim do ano, sobretudo no comércio. O que chama a atenção é que, nos últimos anos, por conta do cenário econômico ruim, mesmo no fim do ano esse movimento não era percebido”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A população ocupada chegou a 92,1 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2017: uma alta de 0,9% em relação ao trimestre anterior.
Ocupação por setores
(em relação ao 3º trimestre de 2017):
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,1%, ou mais 368 mil pessoas)
- Outros serviços (3,6%, ou mais 163 mil pessoas)
- Serviços domésticos (3,3%, ou mais 204 mil pessoas)
(em relação ao 4º trimestre de 2016)
- Indústria (4,6%, ou mais 527 mil pessoas)
- Alojamento e alimentação (8,7%, ou mais 420 mil pessoas)
- Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,2%, ou mais 408 mil pessoas)
- Outros serviços (8,7%, ou mais 375 mil pessoas)
- Serviços domésticos (4,2%, ou mais 260 mil pessoas).
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-5,1% ou menos 459 mil pessoas)
Qualidade do emprego piorou
Entre os ocupados, a quantidade de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada atingiu 33,3 milhões. Houve estabilidade em relação ao terceiro trimestre, mas recuou 2% sobre um ano atrás. A quantidade de trabalhadores sem carteira assinada também ficou estável frente ao trimestre anterior, em 11,1 milhões, mas cresceu 5,7% na comparação com o quarto trimestre de 2016.
Também cresceu o número de pessoas que decidiram trabalhar por conta própria e chegou a 23,2 milhões. A alta foi de 1,3% em relação ao período de julho a setembro, e de 4,8% sobre o último trimestre de 2016. Na média anual, o trabalho por conta própria envolvia 25% dos trabalhadores – ou 22,7 milhões de pessoas.
“Podemos dizer que este foi o ano da desaceleração da desocupação. No entanto, a qualidade do emprego não melhorou, uma vez que a maioria desses empregos não possui carteira assinada. São pessoas que trabalham por conta própria ou entraram no mercado sem garantias trabalhistas.”
Para o coordenador do IBGE, “não há qualquer indício de recuperação dos empregos com carteira assinada”.
O contingente de trabalhadores domésticos também avançou 3,1%, reunindo 6,4 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2017. Em relação a um ano antes, a alta foi ainda maior, de 4,3%.
O nível da ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 54,5%. No trimestre de julho a setembro de 2017, havia ficado em 54,1% e, no quarto trimestre de 2016, em 54%.
A quantidade de empregadores chegou a 4,4 milhões, crescendo 3,9% em relação ao trimestre anterior e 6,4% sobre o mesmo período de 2016.
Rendimento
O rendimento médio dos trabalhadores ficou em R$ 2.154. O valor ficou praticamente igual nas duas bases de comparação.
Fonte: G1 Economia