Enquanto o governo tenta tirar do papel a duplicata eletrônica, já que não foi bem sucedido no cadastro positivo, o mercado de crédito segue exposto ao risco de fraude. Isso porque a possibilidade de cancelamento de duplicatas registradas na mesma data de sua emissão é de 1,54%, segundo a Central de Registro de Direito Creditório (CRDC), que faz a verificação e gestão de duplicatas. O porcentual é elevado, uma vez que esses títulos costumam servir de garantia para empréstimos.
Risco
Sem o controle das duplicatas, empresas em dificuldades podem emitir notas fiscais ideologicamente falsas apenas para levantar capital, sem o devido lastro e já com o intuito de cancelá-las em seguida. A tendência de o mesmo ocorrer com títulos registrados no dia seguinte da emissão é menor, caindo para 0,56%. O número recua para 0,22% entre dois e três dias e apenas fica em 0,06% após quatro dias, conforme a CRDC.
Controlado
O registro e o monitoramento eletrônico eliminam as chances de uso da duplicata em mais de um empréstimo e também de fraude no lastro. Em um mercado que gira em torno dos R$ 825 bilhões, o risco de aquisição de uma duplicata fria é 29 pontos porcentuais maior sem o processo digital de controle desses títulos.
Fonte: Estadão