Como programar a viagem ao exterior com o dólar em alta

Uma coisa é certa, segundo especialistas ouvidos, o dólar abaixo de 3 reais é coisa do passado

A disparada do dólar é o pior pesadelo de quem tem viagem marcada para o exterior. A moeda americana atingiu 3,60 reais nesta semana, o maior valor desde junho de 2016.

Como o câmbio é flutuante, não existe bola de cristal para saber se o dólar vai continuar subindo ou voltará para o patamar de 3,50 reais. Mas uma coisa é certa, segundo especialistas ouvidos: o dólar abaixo de 3 reais é coisa do passado.

“Estamos em outro patamar de câmbio no Brasil. Pode esquecer aquele dólar inferior a 3 reais. Não temos um modelo preditivo para dizer a quanto a moeda chegará, mas o Banco Central possui ferramentas para manter a moeda entre 3,50 e 3,60 reais”, diz Ricardo Balistiero, mestre em economia e coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

O que fazer então para minimizar as perdas em meio a esse cenário de volatilidade cambial? Analistas mantêm a receita tradicional: parcelar a compra de dólar até a data da viagem. Se a viagem é para dezembro, a sugestão é comprar um pouco agora, outro tanto em setembro  e na véspera do embarque.

“A dica é sempre fazer pequenas compras, pois aí se consegue um preço médio. Se voltar a subir, tem um preço médio mais baixo”, afirma André Diz, professor de macroeconomia do Ibmec/SP.

Ítalo Santos, especialista em Câmbio da Icap do Brasil, diz que não existe uma data específica para comprar dólar. “Se a moeda está em queda, não espere que ela caia mais. Aproveite o momento para comprar.”

Além da influência internacional, Balistiero afirma que o cenário internacional pode interferir no preço do dólar. “Temos uma eleição pela frente, podemos ter um pico. Mas se ganhar um candidato reformista, pode ser que esse valor volte a cair para menos de 3,50 reais.”

Por causa do cenário eleitoral, Santos, do Icap, diz que a perspectiva é de que o dólar suba mais no segundo semestre. “O mercado financeiro não reage bem aos nomes que estão na frente na corrida eleitoral. A não ser que apareçam candidatos pró-reformas, necessárias para o crescimento do Brasil, e dependendo da equipe econômico, é possível que esse quadro negativo se reverta.”

Fonte: Veja