Decisão vem logo após as medidas de autorregulação do cheque especial anunciadas pela Febraban no início de abril, que passam a valer em 1º de julho
São Paulo — O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira (14) a redução de 0,97 ponto percentual ao mês na taxa média de juro do cheque especial. A decisão vem logo após as medidas de autorregulação do cheque especial anunciadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) no início de abril, que passam a valer em 1º de julho.
Segundo o Itaú, a nova taxa já está em vigor e reflete fatores como a redução da inadimplência e uma agenda consistente e estruturada do Banco Central para redução do spread bancário. A expectativa é de que a taxa média do cheque especial caia de 12,70% para 11,90% ao mês.
“Estamos sensíveis à demanda da sociedade e acreditamos que a queda estrutural do juro básico é positiva para o nosso negócio, permitindo uma atuação cada vez mais forte nas concessões de crédito. Já reduzimos nossas taxas e temos o compromisso de continuar a fazê-lo, de forma responsável, e de acordo com as condições do País”, afirmou Flavio Iglesias, diretor do Itaú Unibanco, em comunicado.
As novas regras para o cheque especial definidas pela Febraban permitem que o cliente tenha acesso a linhas mais vantajosas de crédito e com custo mais baixo. “Nossa expectativa é de que as medidas de autorregulação reduzam a inadimplência e, consequentemente, as taxas de juros. Nos antecipamos a esse movimento por entender que o cenário econômico melhorou, o que já se reflete em índices de inadimplência menores”, diz Iglesias.
Novas regras
A partir de julho, quando o consumidor entrar no cheque especial, o banco deve alertar que o cliente contratou o crédito pré-aprovado. Para os consumidores que utilizaram mais de 15% do limite do cheque especial durante 30 dias consecutivos, acima de 200 reais, o banco deve oferecer uma alternativa de parcelamento mais barata. A oferta deve ser feita até cinco dias úteis depois que a instituição financeira constatar que o cliente está nessa situação.
Se o cliente não aceitar a proposta, o banco deve oferecer novamente o parcelamento a cada 30 dias. Nesse caso, a instituição financeira pode reduzir o limite do cheque especial contratado pelo cliente.
Até então, já havia linhas de crédito disponíveis mais baratas para parcelar o saldo devedor do cheque especial, como crédito pessoal e crédito consignado. No entanto, agora, os bancos devem oferecer essa opção de forma pró-ativa e alertar que o cheque especial deve ser usado em situações de emergência e de forma temporária.
A nova regra também estabelece que o banco deve informar o valor do limite do cheque especial no extrato de forma clara, para não ser confundido com o saldo disponível na conta corrente do consumidor. Além disso, a instituição financeira deve promover ações de orientação financeira relacionadas ao cheque especial.
Juros em queda
Na semana passada, o Itaú já havia informado uma redução na taxa máxima do crédito consignado (com desconto em folha de pagamentos) para aposentados e pensionistas do INSS. O anúncio ocorreu após o Bradesco ter ultrapassado o Itaú e se tornado líder da modalidade. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que o maior banco privado da América Latina comprou a carteira do mineiro BMG, em 2012.
Outro banco que anunciou corte nos juros recentemente foi o Santander, que reduziu os juros anuais de crédito imobiliário para 8,99% ao ano no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e para 9,49% ao ano para Taxa de Mercado (Carteira Hipotecária). As novas condições irão vigorar até 31 de julho de 2018.
Já a Caixa cortou a taxa de juros nos empréstimos de capital de giro para médias e grandes empresas a 0,85% ao mês, ante 1,37% praticado anteriormente. Segundo comunicado do banco, a nova taxa visa estimular a atividade econômica. A Caixa disse ainda que possui orçamento de 11 bilhões de reais para a linha de capital de giro.
Fonte: Exame.com