A recomendação dos especialistas é não comprometer mais do que 30% da própria renda com prestações
Seis a cada dez consumidores aproveitaram a oferta de crédito para fazer compras por impulso. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
De acordo com a pesquisa, as aquisições mais feitas por impulso são roupas, calçados e acessórios (19%), compras em supermercados (17%), perfumes e cosméticos (14%) e idas a bares e restaurantes (13%).
Por gênero, as mulheres realizam mais compras de vestuário e acessórios por impulso (23%), enquanto para os homens o que mais leva a esse hábito são as aquisições de eletrônicos (13%).
Para especialistas do SPC Brasil, uma parte dos consumidores, principalmente os de menor renda, ainda não sabe lidar com a oferta de crédito, já que a democratização dessa ferramenta ainda é recente. “Consumidores menos atentos podem ser iludidos pelos valores baixos das parcelas e pelos prazos a perder de vista. A falsa sensação de comprar sem pagar nada que o crédito proporciona tende a levar consumidores desinformados ao superendividamento e à inadimplência”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Segundo ela, a regra de ouro é não comprometer mais do que 30% da própria renda com prestações. “Dependendo da realidade financeira, essa porcentagem pode ser ainda menor em certos casos.”
Internet
Um terço (33%) dos consumidores acredita que as lojas online estimulam o consumidor a fazer novas compras ao oferecerem mais possibilidades de parcelamento. Outros tipos de estabelecimentos que os entrevistados sentem essa facilidade para dividir em várias vezes são as lojas de departamento (23%), supermercados (13%) e shopping center (12%).
A pesquisa mostra que muitos consumidores não avaliam totalmente o impacto de uma compra a prazo no orçamento antes de se endividar. Em cada dez brasileiros que parcelam, um (15%) divide a compra no maior número possível de prestações, independentemente do valor. Outros 31% são mais prudentes e afirmam levar em consideração a alternativa com um número de parcelas que mais se encaixa a sua realidade financeira, enquanto 18% optam pela menor quantidade de prestações disponíveis.
Na hora de parcelar a compra, o cartão de crédito ficou em primeiro lugar no ranking de preferência dos consumidores (66%), seguido pelo crediário (13%) e o financiamento (4%). O cheque pré-datado foi citado por 1% dos entrevistados.
O cartão de crédito utilizado principalmente, para gastos na aquisição de eletrônicos (46%), compras de roupas, sapatos e acessórios (37%) e gastos com remédios (25%).
Um em cada dez consumidores disse que sempre prefere parcelar, independentemente das condições. Há ainda 14% que optam pelo parcelamento se as parcelas não pesarem no bolso. Outros 41% sempre pagam à vista, enquanto 34% só pagam em dinheiro ou cartão de débito se houver algum desconto vantajoso.
Quase 40% dos brasileiros realizaram alguma compra parcelada, sendo que na média, foram três por consumidor. Entre quem dividiu, a média de prestações está entre cinco e seis.
Fonte: Veja