A processadora de alimentos BRF poderá retomar a estratégia de venda de ativos, para estancar parte dos problemas enfrentados com a paralisação de algumas de suas unidades, reflexo da Operação Carne Fraca. Um aumento de capital de até R$ 4 bilhões também foi considerado, mas visto com ceticismo por alguns acionistas, dado o baixo preço das ações em bolsa. Ainda assim, esse grupo de acionistas considera que algo precisa ser feito e que o novo presidente, Pedro Parente, tem de agir rapidamente. A BRF já vinha estruturando a venda de alguns frigoríficos para um grande grupo chinês. Mas no início de junho, antes de Pedro Parente assumir a presidência da companhia, o negócio foi interrompido. A BRF teria voltado atrás, exigindo do comprador que levasse um lote de frigoríficos para concluir a transação. Os ativos na Argentina também foram alvo de comentários de venda.
Nenhum sufoco. Procurada, a BRF informou que sua posição de caixa é robusta, somando R$ 7,3 bilhões até o final de março, e que, portanto, não há necessidade de um aumento de capital. Entretanto, no mesmo período, a dívida líquida da BRF somava R$ 14 bilhões, 5% a mais do que no fim de 2017. A companhia vem fechando unidades produtoras em decorrência de sanções da União Europeia, após a Operação Carne Fraca, e da China, que impôs tarifas à importação do frango brasileiro.
Fonte: Estadão