De 2014 até o final de 2016, praticamente todos os setores da economia entraram em recessão, ou seja, retraíram. Com o varejo não foi diferente. “Foi a pior crise econômica da história”, afirmou Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian. A boa notícia é que, no início do ano passado, após a troca de governo e a melhora da confiança de consumidores e empresários no País, a economia começou a mostrar sinais de recuperação. No último trimestre deste ano, crescemos 0,4% — uma porcentagem que, embora tenha ficado aquém das expectativas, é um bom sinal.
Ainda assim, alertou Rabi, 61 milhões de pessoas estão inadimplentes. “Isso representa 40% da população adulta. É um recorde histórico. Nunca tivemos tantos brasileiros negativados”, afirmou o especialista. Segundo ele, a crise colocou 10 milhões de novos consumidores nessa estatística, que começa a parar de crescer.
Rabi atribuiu a melhora da economia a um setor em especial: o agronegócio. “O Brasil vai colher uma bela safra de grãos este ano e vamos conseguir exportar se os caminhões chegarem aos portos”, ironizou ao se referir à recente greve dos caminhoneiros. O problema, diz ele, é que o setor representa 10% da economia. Ou seja, os outros 90% precisa reagir. “Varejo e serviços estão com o freio de mão puxado. Precisamos de mais dinamismo”, alertou.
Análise regional
Em um país como o Brasil, com tamanha dimensão territorial, é importante avaliar como cada região se comporta. E para identificar as disparidades, a Serasa apresentou durante o BR Week uma pesquisa que leva em conta três variáveis: inadimplência, vendas no varejo e desemprego. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima foram os estados melhores colocados. O Rio de Janeiro, o pior. “Precisamos analisar a economia com mais inteligência”, diz Rabi.
Para aqueles que assistiram à apresentação, ficaram três lições:
– Na hora de analisar o consumidor, não vise apenas o macro. Em um país como o Brasil, é preciso se atentar às disparidades por região
– Uma crise fiscal como a que o Rio de Janeiro enfrenta pode abalar gravemente uma economia. É preciso saber votar
– Assim como o agronegócio, outros setores da economia precisam reagir para que o País cresça de forma mais ordenada
Fonte: Blog televendas