Começou a ganhar seu próprio dinheiro recentemente? Ou já tem uma renda há algum tempo, mas nunca olhou com atenção para suas finanças? Para quem nunca uidou bem do próprio dinheiro, colocar as finanças em dia pode parecer um grande desafio, reservado a quem ganha muito. Mas não é bem assim, garantem especialistas em finanças pessoais ouvidos pelo UOL
Basta uma dose de disciplina, paciência e organização para mudar a realidade da sua conta bancária, dizem Bruno Mori, planejador financeiro certificado pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, e Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro
Veja abaixo seis dicas simples e fáceis para começar já a cuidar bem do seu dinheiro
- Saiba quanto gasta.
A primeira medida é fazer uma lista de todas as despesas suas e da família. Elas devem ser divididas em fixas e variáveis. As fixas são aquelas que se repetem todos os meses e têm sempre o mesmo valor, como aluguel, pensão, escola condomínio e plano de saúde. As variáveis têm valores diferentes a cada mês, como conta de luz, gastos no supermercado, conta de celular e combustível do carro
Também é importante registrar as despesas extras, que não ocorrem todos os meses, mas que são importantes, como gastos em farmácia, roupas, restaurantes e outras atividades de lazer, segundo Mori.
Isso pode ser feito no computador, em um arquivo de texto ou planilha, ou numa folha de papel.
- Hora de cortar
Depois de registrar as despesas, é hora de anotar todas as fontes de receita da família: salários, benefícios sociais, pensão, aluguel etc. Este passo é fundamental para avaliar se aquilo que você e sua família ganham é suficiente para cobrir todos os gastos que vocês têm
“Se a receita não paga a despesa, não tem jeito. Com o passar do tempo, a dívida só vai crescer”, afirmou Viriato
- Hora de cortar
Se você gasta mais do que ganha, o que é bastante comum, a recomendação dos especialistas é: cortar gastos, começando pelas despesas que são supérfluas. “Nesta etapa, é importante ser realista e manter apenas os gastos dos serviçosão utilizados”, afirmou Mori
Um exemplo muito comum de desperdício de dinheiro: pagar academia de ginástica e não usar. Outros exemplos: plano de internet ou TV a cabo que não são usados ou assinaturas de revistas que não são lidas
Em alguns casos, é possível diminuir a conta sem cortar completamente o serviço. Por exemplo, é possível mudar seu plano de telefone celular para uma versão mais econômica ou reduzir as idas a restaurantes.
- Programação anual ou semestral.
Não basta fazer esta avaliação uma única vez. De acordo com os especialistas, o ideal é fazer isso no começo de cada ano, ou a cada semestre, como acontece dentro de grandes empresas. “Todo mundo deveria fazer isso antes de começar o ano, estabelecendo o orçamento anual, as fontes de receitas e despesas”, afirmou Viriato
Se fizer um orçamento anual, segundo Mori, a família pode descobrir que vai ter uma “sobra” a cada mês e pode até programar algum investimento
- Fique de olho
Para quem quer ter uma vida financeira saudável, a lição de casa não termina aqui. É fundamental monitorar os gastos de todas as pessoas da família para saber se o planejamento está sendo cumprido. Aplicativos de celular podem ajudar nesta tarefa, mas também é possível fazer o controle manualmente, anotando todas as despesas diariamente .
Segundo Viriato, o hábito de anotar as despesas pode demorar para “pegar”, mas é fundamental. “Todo mundo da família precisa fazer isso para saber se a realidade ficou acima ou abaixo do esperado, e se é preciso fazer mais cortes “
- Tem dívida?
Caso haja dívidas, a recomendação dos especialistas é ser mais firme na hora de cortar gastos, para sobrar um dinheiro no final do mês para pagar as dívidas. Outra opção, segundo Mori, é buscar fontes alternativas de renda. “Aqui a criatividade faz a diferença: vale cuidar de crianças, passear com cachorros etc.”, afirmou.
Mauro Calil sugere seguir os seguintes passos: listar todas as dívidas, saber para quem está devendo, saber qual é o valor e os juros da dívida e quantas parcelas ainda faltam ser pagas. Depois disso, é hora de vender objetos que estão sem uso, como bicicleta, esteira ergométrica, roupas e livros. Com o máximo de recursos possível em mãos, é a vez de negociar com os credores e fechar acordos, um por vez.
Fonte: Uol Noticias