Cesta básica: tomate, batata, banana e carne registraram maiores quedas em julho

O aumento da oferta diminuiu o preço médio no varejo; cesta básica diminuiu em 19 capitais.

O tomate, a batata, a banana e a carne bovina de primeira foram os alimentos que tiveram a maior redução de preço na cesta básica em julho, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os maiores aumentos foram nos preços do leite integral, da farinha de trigo (pesquisada na região Centro-Sul), do pão francês e do arroz agulhinha.

O preço do tomate caiu em todas as capitais, com as quedas mais expressivas em Cuiabá (-51,02%), Brasília (-30%) e Rio de Janeiro (-29,45%). Em 12 meses, apenas Manaus (7,69%) e Recife (0,26%) registraram elevação. O aumento da temperatura amadureceu o fruto e elevou a oferta, fazendo o preço cair no varejo.

A batata, pesquisada na região Centro-Sul, apresentou queda de preço em todas as cidades pesquisadas, entre -40,76% em Cuiabá, e -4,03%, em Goiânia. Em 12 meses, com exceção de Florianópolis (-2,47%), todas as cidades mostraram elevação, sendo que a mais expressiva ocorreu em Belo Horizonte (32,20%). A maior oferta, devido aos resultados da colheita, reduziu o preço no varejo.

O preço da banana prata e nanica caiu em 19 capitais, de -14,52% em Salvador a -0,48% em Florianópolis. A única alta ocorreu em Brasília (0,9%). Em 12 meses, houve queda em 16 cidades, sendo a mais expressiva em Salvador (-27,24%). Quatro cidades tiveram elevação no valor, com destaque para Manaus (8,49%). O aumento da oferta, principalmente da banana prata, diminuiu o preço médio no varejo.

O quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 15 capitais. As taxas negativas oscilaram entre -4,88%, no Rio de Janeiro e -0,42%, em Natal. Em 12 meses, foram registradas quedas em Florianópolis (-2,67%), Goiânia (-2,38%), Campo Grande (-0,76%) e Belém (-0,63%). A fraca demanda, tanto interna quanto externa, reduziu o preço da carne no varejo.

Cesta básica cai em 19 cidades

A cesta básica diminuiu em 19 capitais, com as reduções mais expressivas em:

  1. Cuiabá (-8,67%)
  2. São Luís (-6,14%)
  3. Brasília (-5,49%)
  4. Belém (-5,38%)
  5. Rio de Janeiro (-5,32%)
  6. Curitiba (-5,12%)

As cestas mais caras foram em:

  1. São Paulo (R$ 437,42)
  2. Porto Alegre (R$ 435,02)
  3. Rio de Janeiro (R$ 421,89)

Os menores valores foram:

  1. Salvador (R$ 321,62)
  2. São Luís (R$ 336,67)
  3. Natal (R$ 341,09)

Em 12 meses, entre julho de 2017 e 2018, os preços médios da cesta caíram em todas as cidades, com destaque para as taxas de Salvador (-9,98%), São Luís (-8,41%) e Belém (-7,09%).

Nos primeiros sete meses de 2018, a única capital que apresentou taxa acumulada negativa foi a de Florianópolis (-0,80%); as demais mostraram aumento acumulado, com variações entre 0,46%, em Belo Horizonte, e 5,51%, em Vitória.

Cesta básica x salário mínimo

 O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 86 horas e 43 minutos. Em junho, a jornada necessária foi de 89 horas e 56 minutos. Em julho de 2017, o tempo necessário era de 90 horas e 40 minutos. Portanto, houve diminuição em ambas as comparações.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho, 42,84% do salário mínimo líquido para adquirir os mesmos produtos que, em junho, demandavam 44,43% e, em julho de 2017, 44,79%. Nesse caso, também houve queda.

 

Fonte: G1