De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), renda média real do trabalhador foi a R$ 2.230, alta de 0,4% em relação ao mesmo período de 2017
Há menos 389 mil desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um recuo de 3,1%, mas a desocupação ainda atinge 12,351 milhões de brasileiros.
No cálculo de pessoas subutilizadas, o que inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial – pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar -, a Pnad mostrou que faltou trabalho para 27,250 milhões de pessoas no País no trimestre encerrado em outubro.
De acordo com o levantamento, o País ganhou 1,240 milhão de novos postos de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 517 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados. No mesmo período de 2017, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,20%. No trimestre encerrado em setembro, a taxa era de 11,90%.
A geração de vagas foi puxada pelo aumento no número de pessoas trabalhando no setor de embelezamento e de contratações para a campanha eleitoral de 2018, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
No trimestre até outubro, o setor de outros serviços registrou abertura de 240 mil vagas, o que inclui as atividades voltadas ao embelezamento e as contratações de cabos eleitorais. O segmento de informação, comunicação e atividades financeiras absorveu mais 214 mil trabalhadores, incluindo os envolvidos na confecção de pesquisas eleitorais.
“O setor de informação também envolve campanha política, que é quem trabalha com pesquisa de opinião”, explicou Azeredo.
A construção criou 125 mil vagas no trimestre encerrado em outubro ante o trimestre terminado em julho. Os demais setores com geração de vagas foram administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde (+155 mil vagas), comércio (+215 mil), alojamento e alimentação (105 mil), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (113 mil) e indústria (118 mil).
Por outro lado, houve corte de pessoal em transporte, armazenagem e correio, de 27 mil vagas, e serviços domésticos, de 9 mil empregos.
A expectativa é que o mercado de trabalho volte a reagir nas próximas divulgações da pesquisa, por causa do movimento sazonal de contratação de funcionários temporários para as festas de fim de ano. “É possível que no mês de novembro (o mercado de trabalho) já sinta efeitos da Black Friday. Então tem eleição afetando o mês de outubro, Black Friday afetando mês de novembro, e contratações de Natal afetando dezembro. Na divulgação em janeiro você vai ver esses fatores afetando o resultado do quarto trimestre”, previu Azeredo.
“A grande expectativa é quanto de efetivação poderemos ter dessas contratações temporárias, sabendo da mudança de governo, das expectativas, tudo isso envolvido”, completou.
Carteira assinada
A Pnad Contínua ainda registrou que o saldo de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 58 mil no período. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou em 534 mil pessoas, para o patamar recorde de 11,628 milhões de pessoas nessa condição. Outros 497 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria no trimestre, para um recorde de 23,610 milhões nessa situação.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.230 no trimestre terminado em outubro. O resultado representa alta de 0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 201,964 bilhões no trimestre encerrado em outubro, alta de 1,9% ante igual período do ano anterior.
O resultado da Pnad veio igual à mediana das estimativas (11,7%), calculada a partir das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,60% e 12,00%.
4,733 milhões de desalentados
O Brasil tinha 4,733 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em outubro de 2018, segundo a Pnad Contínua. O resultado significa 85 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em julho. Em um ano, porém, 455 mil pessoas a mais caíram no desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
O porcentual de pessoas desalentadas na força de trabalho potencial foi de 4,2% no trimestre encerrado em outubro, ante 4,3% no trimestre terminado em julho. No trimestre até outubro de 2017 o porcentual de desalentados era menor, de 3,8%.