Resultado do IPCA divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira é a segunda deflação registrada em 2018
Como esperava a maior parte dos analistas, a inflação em novembro foi negativa. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,21%, informou na manhã desta sexta-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa para o mês desde a criação do Plano Real. Em outubro, o índice havia marcado alta de 0,45%.
A mudança da bandeira tarifária de energia elétrica contribuiu para o movimento, dizem analistas, já que passou de bandeira vermelha dois, com custo mais elevado, para bandeira amarela em novembro. A agência do setor já determinou que não haverá tarifa extra em dezembro.
Em nota, o analista do IBGE Pedro Costa explica que a energia elétrica foi responsável por diminuição de 0,16 ponto porcentual no IPCA. Ele aponta que os combustíveis também causaram a queda, derrubando os preços de transportes. “A queda nos combustíveis foi causada, principalmente, pela gasolina, que caiu 3,07%. Foi o segundo maior impacto negativo individual, que foi 0,15 ponto percentual”, afirma.
O arrefecimento dos preços que resultou na segunda deflação de 2018 foi ainda mais forte do que as estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam inflação negativa de 0,10%. A outra deflação marcada neste ano foi em agosto, quando o índice caiu 0,09%.
Em 12 meses, a inflação até novembro acumulou alta de 4,05 %. No ano, o índice aponta alta de 3,59%. A expectativa do mercado financeiro, segundo o último relatório Focus, aponta para o IPCA uma elevação de 3,89% ao fim de 2018.
O piso da meta de inflação do Banco Central é de 3%. Em 2017, o IPCA foi de 2,95%, obrigando o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a se explicar em carta aberta ao então ministro da Fazenda Henrique Meirelles pelo descumprimento da meta.
Maior queda em transportes
Dos nove grupos de produtos e atividades, cinco tiveram quedas nos preços em novembro: habitação (-0,71%), transportes (-0,74%), vestuário (-0,43%), saúde e cuidados Pessoais (-0,71%) e comunicação (-0,07%). Os quatro grupamentos que não fecharam o mês com taxa negativa foram educação (0,04%), alimentação e bebidas (0,39%), artigos de residência (0,48%) e despesas pessoais (0,36%).