Números mostram que tem mais inadimplentes pagando dívidas. Nos últimos 12 meses, o indicador de recuperação do crédito avançou 1,2%. Em outubro, a melhora foi de 5%.
Muitos brasileiros com dívidas atrasadas estão aproveitando campanhas de empresas de crédito para poder comprar presentes de Natal.
Fim do ano chegando e o chamado: hora de limpar o nome. O barulho ensurdecedor da dívida com o banco, o funcionário público Abias Barreto do Nascimento quer deixar em 2018 para realizar um sonho: “uma casa própria, esse é o meu objetivo. Precisa estar com nome limpo”.
O orçamento da babá Alessandra Cristina Alves de Almeida oscilou como um pêndulo, até que ela decidiu acertar as contas numa campanha de uma empresa de análise de crédito para a regularização de dívidas. Bancos e varejistas oferecem desconto nos juros e extensão do prazo de pagamento, de olho no décimo terceiro salário.
“A gente faz muita conta e vai deixando, vai deixando. O bom é que tem esse dinheirinho aí no final do ano, decimo terceiro, para ajudar”, conta Alessandra.
Os números mostram que tem mais inadimplentes pagando dívidas. Nos últimos 12 meses, o indicador de recuperação do crédito avançou 1,2%. Em outubro, a melhora foi de 5%.
“À medida em que começa a melhorar a economia, principalmente o mercado de trabalho, se ele começar a melhorar, ele tende a melhorar a recuperação do crédito, que é o pagamento de dívidas antigas, e o consumidor tende a ficar menos inadimplente”, destaca Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC.
Um som de alerta também ecoa nessa campanha: é preciso investir em educação financeira. É que a reincidência é alta; 55% dos devedores que renegociam as dívidas voltam a ficar inadimplentes dentro de um ano.
A analista de sinistro Petsy Martins acumulou dívidas e quer uma vida diferente agora: “evitar empréstimo, enfim. É difícil, que na atual conjuntura a gente precisa, mas eu pretendo evitar”.
O comércio acompanha de perto esse movimento. Ainda tem muito vendedor de braços cruzados, mas a confederação do setor prevê aumento de 2,8% nas vendas deste Natal.
“A gente depende muito da confiança do cliente final que vem até o nosso estabelecimento”, comenta Cirene Moura, supervisora de loja.
Fonte: Jornal Nacional