SÃO PAULO – O mercado de crédito dá sinais de “recuperação saudável” no país, afirmou nesta terça-feira o diretor de política econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana. No crédito a pessoas físicas, há sinais positivos e, nas operações com recursos livres, é possível detectar o mercado de crédito provendo recursos para consumo e investimento, observou durante evento do Itaú em São Paulo
No caso das empresas, segundo Viana, é preciso olhar não apenas para o crédito bancário, mas também para o mercado de capitais. As emissões de títulos têm substituído operações com recursos direcionados, acrescentou.
Ele também destacou o crescimento das linhas relacionadas à antecipação de recebíveis com “bastante solidez e força”. Para ele, isso reforça o diagnóstico do BC sobre as causas do custo elevado do crédito no país, onde a recuperação de garantias é difícil e lenta. No caso da antecipação, disse, a “importância de ter garantias de qualidade fica evidente”.
Viana indicou ainda que a conversibilidade da moeda brasileira criaria um ambiente mais favorável para o Brasil. “Envolve mudança nas leis, é trajetória longa, mas traria ambiente mais favorável para o país”, disse, ao ser questionado sobre o assunto após apresentação em evento do Itaú BBA.
Ele ressaltou que, nas últimas décadas, o país já caminhou para um regime onde há mais liberdade nas transações cambiais e a conversibilidade seria um passo além. “No limite, seria possível ter conta em moeda estrangeira”, disse.
A medida tem sido defendida pelo novo presidente do BC, Roberto Campos Neto, tratada como um norte que continuará a ser perseguido. “Em momentos de estresse, a não conversibilidade cobra um custo. Havendo o temor de não poder fazer qualquer transação com câmbio, isso se reflete em taxas e preços de ativos.”