Bancos fecham agências e reagem ao avanço digital

O impacto da concorrência das fintechs começa a se tornar visível no resultado dos grandes bancos. Ao fechar agências e lançar plataformas digitais, as maiores instituições financeiras do país deixam claro que sentem os efeitos dessa nova competição e estão reagindo a ela.

O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, fechou 195 agências físicas apenas no segundo trimestre e tem agora 3,3 mil unidades. De março para junho, a instituição reduziu de 99,7 mil para 98,4 mil seu quadro de funcionários, incluindo outros países da América Latina. Essa base vai encolher mais com prováveis adesões a um programa de demissões voluntárias (PDV) anunciado anteontem, elegível para 6,9 mil empregados.

O Banco do Brasil anunciou um plano de reorganização interna que resultará no fechamento de 242 agências, das 4,7 mil existentes. As mudanças levarão a um enxugamento de pouco mais de 2 mil funcionários em seu quadro de 96,6 mil pessoas.

O Bradesco mexeu menos na sua rede de agências: foram 36 fechamentos desde o início do ano, ficando com pouco menos de 4,6 mil. Porém, o balanço do segundo trimestre deixou evidente o impacto da concorrência em credenciamento de cartões e investimentos, duas das áreas de negócios em que a atuação das fintechs tem sido mais agressiva.

Na contramão dos competidores, o Santander abriu 16 agências no segundo trimestre, para interiorizar suas operações e avançar no agronegócio.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que o setor bancário registrou saldo negativo de 2.057 postos de trabalho no primeiro semestre. Desde 2013, o setor perdeu 62,7 mil empregados em consequência da crise econômica e do avanço da digitalização.

Mesmo com a pressão maior exercida pela concorrência, os resultados e a rentabilidade dos grandes bancos ainda são crescentes. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander lucraram R$ 17,1 bilhões no segundo trimestre, alta anual de 17,85%.

Fonte Valor Econômico