Governo vai desonerar folha na contratação de iniciantes

Preocupado com o desemprego, o governo prepara pacote para estimular contratações. O plano é desonerar a folha de pagamento das empresas que contratem, prioritariamente, jovens que buscam o primeiro emprego e trabalhadores que estejam desempregados há mais de dois anos. Além disso, a ideia é facilitar o acesso de pequenos empreendedores a linhas oficiais de microcrédito.

As ações, segundo apurou o Valor, estão sendo desenvolvidas pelo núcleo do secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. A proposta de desonerar a folha de pagamento para induzir a geração de empregos tem sido defendida publicamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O ministro defende substituir a contribuição patronal para o INSS – de 20% sobre folha – por um novo tributo: a Contribuição sobre Pagamentos (CP), similar à antiga CPMF, extinta em 2007. Guedes está convencido de que a redução ou extinção da carga tributária sobre a folha de pagamentos é gatilho para a criação de novas vagas no mercado de trabalho

Inspirado no Crediamigo, modelo de concessão de microcrédito do Banco do Nordeste, o governo planeja lançar programa similar. O público-alvo são microempreendedores da indústria, comércio e serviços, incluindo além de trabalhadores que atuam na informalidade, como ambulantes, vendedores de cosméticos e feirantes. A ideia não é nova, mas o governo acha que é preciso desburocratizar o acesso, garantir orientação ao beneficiado na aplicação dos recursos e reduzir as taxas de juros.

No segundo trimestre, o desemprego, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atingia 12,8 milhões de pessoas, o equivalente a 12% da força de trabalho. Para Guedes, o número sobe para 30 milhões quando são considerados os trabalhadores subutilizados (qualificados que estão em subempregos) e desalentados (que desistem de procurar colocação).

Fonte: Valor Econômico