Após Bradesco, Banestes lança programa de demissão voluntária no ES

No total, segundo a instituição, 45 funcionários poderão aderir ao Plano Especial de Desligamento Incentivado (Pedi)

O Banestes lançou na sexta-feira (30) um programa de demissão voluntária. A Gazeta já tinha informado que o banco estava com um Plano Especial de Desligamento Incentivado (Pedi) em andamento. O programa não vai afetar a categoria dos bancários e não prevê fechamento de agências.

No total, 45 funcionários de três setores poderão aderir ao Pedi: call center, manutenção de caixas eletrônicos e monitoramento de vídeo das agências. Esses setores serão terceirizados.  Aqueles trabalhadores que não aderirem ao plano serão realocados para outras funções.

O banco prevê gastar R$ 7 milhões com os benefícios que serão pagos aos funcionários que fizerem a adesão.

“Esse programa não tem o objetivo de economizar, de reduzir custos para o banco. Não há nenhuma economia nessa transferência desses setores. Nós estaremos entregando esse serviço para empresas que possuem um trabalho melhor que o nosso nessas áreas, que fazem esse trabalho específico. Nós estamos atravessando um boom tecnológico e precisamos correr atrás disso”, ressalta o diretor de Administração do Banestes, Alcio de Araújo.

O plano oferece ao funcionário o pagamento de verbas rescisórias, bem como verba indenizatória especiais, incluindo quatro salários extras, quatro vezes o valor médio mensal de horas extras pagas no período de janeiro a julho; 50% do saldo do FGTS para fins rescisórios; manutenção do plano de saúde do titular pelo período de 12 meses; benefício de ticket alimentação e refeição pelo período de 12 meses; e contribuição para a Previdência Social, na condição de autônomo, sobre o valor teto do INSS, pelo período de 18 meses.

“Muitos desses funcionários são antigos e alguns já estão até aposentados e nós fizemos um plano para que ele saia e receba um valor para que ele possa continuar a vida dele. Inclusive aqueles que estão perto de aposentar, que tenham como contribuir com a Previdência até lá. É um plano de valorização”, reforça o diretor do Banestes.

Os desligamentos poderão ser realizados a partir da recepção do pedido, em um período de até seis meses. Segundo Alcio, não há nenhum estudo em andamento dentro do Banestes para reduzir o número de agências bancárias. O banco prevê, a curto prazo, inaugurar uma agência de valores em Vila Velha e outra de atendimento em local a ser definido.

PDV DO BRADESCO

Outro banco, o Bradesco, também lançou um Programa de Demissão Voluntária (PDV) que pode pode forçar a saída de 40 a 80 empregados no Espírito Santo. Atualmente a empresa possui 800 empregados divididos em 40 agências de atendimento ao público e outros 40 pontos de trabalho interno.

O Programa foi anunciado na noite da última quinta-feira (29) e, segundo o banco, é voltado para funcionários da organização com mais de 20 anos de casa (exceto de agências). Já nas agências bancárias, são elegíveis para ao programa funcionários aposentados ou que estejam aptos a se aposentar.

Também podem aderir ao PDV funcionários que apresentem algum tipo de estabilidade como, por exemplo, ter retornado de licença médica por tratamento de saúde ou por acidente do trabalho, informou o Bradesco.

De acordo com o Fabrício Coelho, empregado do Bradesco e diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES), a conta que o banco faz é que de 5% a 10% dos empregados aceitem os benefícios oferecidos e se demitam do banco.

“Há algumas semanas estávamos ouvindo esse boato, mas há 10 dias o banco teve uma reunião com o sindicato e negou. Agora eles vão e anunciam. Mesmo com a negativa, a gente já desconfiava porque o banco vem fazendo uma migração para o atendimento digital e contratação de terceirizados”, comentou.

Coelho não descarta a possibilidade de que o banco feche agências no Espírito Santo. “Os bancos alegam que estão numa corrida contra os bancos digitais. Agora, com a reforma trabalhista, o banco vem mudando o modelo de contratação e reduzindo o atendimento comercial”, acrescentou.

PRAZO

O Bradesco deu um prazo de 45 dias para que os empregados decidam sobre a saída do banco. O PDV tem início em 2 de setembro, próxima segunda-feira, e vai até 26 de outubro. Em comunicado, o Bradesco afirmou que vai pagar 60% do salário fixo do mês – a cada ano completo trabalhado, limitado a 12 salários – a quem aderir ao programa. Também serão pagas verbas rescisórias, e mantidos o plano de saúde e odontológico por um ano e meio, além do pagamento de valor equivalente a seis meses vale-alimentação.

Em 2017 o banco já havia adotado um PDV que teve cerca de 7,5 mil adesões. A expectativa é que este seja um pouco menor do que o registrado há dois anos.

Fonte: Gazeta do Povo