Piloto do site está previsto para ser entregue até janeiro de 2021
A plataforma de educação financeira que vem sendo construída em uma parceria entre o Banco Central (BC) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve entrar em funcionamento em outubro do ano que vem, afirmou ontem o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
“O piloto da plataforma está previsto para ser entregue até janeiro de 2021 e a plataforma completa, homologada e disponibilizada para toda a população brasileira, até outubro de 2021”, disse na abertura da 7ª Semana Nacional de Educação Financeira.
Antes do lançamento da plataforma em si, a Febraban e o BC realizarão uma pesquisa com 10 mil pessoas de todo o Brasil, com o objetivo de elaborar o Indicador de Saúde Financeira.
A ideia é que, com base no perfil apontado pelo indicador, o cidadão possa participar de cursos específicos de educação financeira, conforme disse em ocasião anterior o diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do BC, Mauricio Moura. Posteriormente, a pessoa teria permissão para usar as informações e dados colhidos na plataforma para buscar melhores condições de crédito nas instituições financeiras.
Ontem, Campos afirmou que o modelo “possibilitará aos brasileiros realizar um diagnóstico de sua saúde financeira e fornecerá trilhas de aprendizagem personalizadas”.
“A plataforma permitirá a criação de um programa de recompensas, uma espécie de programa de milhagens, por parte das instituições financeiras participantes. Essas recompensas serão desenhadas por cada instituição financeira”, disse.
No discurso, o presidente do BC também destacou que a maior eficiência do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e a diminuição da inadimplência como benefícios para a economia brasileira da melhora da educação financeira no país.
Moura, por sua vez, chamou a atenção para os efeitos negativos da crise econômica atual sobre as finanças das famílias. “Educação financeira é essencial para a vida do cidadão em qualquer momento, mas ficou particularmente importante em 2020, já que a pandemia fragilizou a vida financeira de uma parcela significativa da nação”, afirmou.
O tema é um dos pilares da “Agenda BC#”, conjunto de propostas de modernização do SFN em implantação pela autoridade monetária. Ainda ontem, o diretor de regulação do BC, Otávio Damaso, afirmou que a maior parte das propostas da autoridade monetária ligadas à sustentabilidade – outro dos pilares da Agenda BC# – entrará em consulta pública “a partir do primeiro trimestre do ano que vem”. As declarações foram feitas em “webinar” promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
No caso da criação da um birô de crédito verde, apenas uma parte das mudanças propostas pelo BC passarão por consulta pública, de acordo com Damaso. Já a mudança nos incentivos de direcionamento de empréstimos rurais para operações de crédito sustentáveis não deve passar por consulta pública, mas estará disponível no próximo Plano Safra, segundo ele.