Estudo revela que 53,4% dos brasileiros preferem o dinheiro como forma de pagamento e que 38,5% não têm conta em banco. Entre as mulheres, o percentual de não-bancarizadas (43,4%) é maior do que entre os homens (33,2%). Os resultados mostram ainda que o percentual de mulheres que não possuem renda própria (7,7%) é aproximadamente três vezes maior do que entre os homens (2,0%).
As informações são da pesquisa “Meios de Pagamentos no Brasil”, conduzida pela Fundação Dom Cabral – FDC, com o apoio da BRINK’S, em todas as regiões do Brasil, com maior incidência em cidades do interior, seguido pelas capitais e regiões metropolitanas. O objetivo da pesquisa, que ouviu 2 mil pessoas entre 20 de julho e 13 de agosto de 2021, foi identificar e compreender os hábitos e preferências da população brasileira em relação aos meios de pagamento.
Segundo a FDC, a pesquisa traz um retrato fidedigno do Brasil, um país de dimensões continentais com grande disparidade econômica e de infraestrutura em suas regiões. “Ainda mais evidentes com o avanço da tecnologia e que refletem na preferência da população em relação aos meios de pagamento, levando em consideração o contexto de aceleração digital durante o distanciamento social causado pela pandemia da COVID-19”.
Quase metade dos nordestinos são desbancarizados
A região Sul é a que possui menor índice de consumidores não-bancarizados (27,7%). No Nordeste, nota-se a maior incidência de desbancarização (47,1%). Entre os motivos apontados por quem prefere o uso do dinheiro estão o controle dos gastos (26,0%) e facilidade (22,4%).
Depois do dinheiro, cartões de crédito e débito ainda lideram
Os cartões de crédito e débito (20% e 16,5% respectivamente) são as principais alternativas apontadas para pagamento, seguidos pelo boleto bancário (4,6%). O PIX, que vem se consolidando como uma alternativa pelas pessoas, foi utilizado ao menos uma vez por quase metade da população (49,2%). Porém, apenas 3,5% têm preferência pelo novo recurso digital.
A pergunta norteadora para o público (a) População Brasileira é:
Quais são os hábitos e as preferências dos brasileiros em relação aos meios de pagamento?
“Entre os resultados observados, vemos números reforçam a disparidade econômica regional do país, onde grande parte da população ainda sofre consequências da falta de infraestrutura para acompanhar a digitalização global”, explica Fabian Salum, professor Ph.D. em Estratégias Competitivas e Modelos de Negócios da Fundação Dom Cabral, responsável pela equipe de pesquisadores do projeto.
Outros dados Apesar de a maioria dos entrevistados receberem seus rendimentos em conta bancária, tem-se que 34,3% ainda recebem em dinheiro. A renda familiar de até dois salários-mínimos (até R$ 2.200,00 é a predominante, sendo a maioria dos entrevistados 56,3%).
A pesquisa também procurou analisar o futuro do dinheiro em um mundo cada vez mais digitalizado. A maior parte afirma que no futuro irão reduzir o uso do dinheiro, porém nunca irão deixar de utilizá-lo (44,7%). Os mais jovens se mostram mais propensos à adoção de outros meios de pagamento, em detrimento ao dinheiro. As Gerações Z (43,2%) e Y (27,9%) são as que mais afirmam que utilizam muito o PIX.
Fonte: Cantarino Brasileiro