Itaú ganha mercado no crédito imobiliário

Integração das áreas de atacado e varejo ajudou banco a avançar na modalidade em 2021

O crédito imobiliário foi parte importante do resultado do Itaú Unibanco no quarto trimestre. A carteira da modalidade cresceu 8,3% em relação a setembro, chegando a R$ 85,6 bilhões. A originação foi recorde, o que acabou levando o banco a fechar 2021 como o maior entre as instituições financeiras privadas na oferta de recursos, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Ficou atrás só da Caixa.

Executivos do Itaú atribuem o avanço à integração da área de financiamento a pessoas jurídicas na construção de imóveis com a de crédito para pessoas físicas que buscam recursos para comprar a casa própria. Ambas atuam em parceria para gerar negócios.

Thales Ferreira Silva, diretor de crédito imobiliário e consórcios do Itaú Unibanco, afirma que o financiamento para pessoas físicas cresceu 130% em relação a 2020, totalizando R$ 45,5 bilhões, enquanto esse mercado como um todo registrou uma expansão de 75%. Como resultado, o market share do banco subiu de 21% para 28% em 2021.

Já Bruno Bianchi, diretor comercial do Itaú BBA, diz que, do lado do atacado, foram R$ 8 bilhões em concessão de financiamento à construção, o que significou avanço de 140% sobre 2020. O mercado cresceu 74% no mesmo período.

“Fazemos uma análise avaliando desde a construção do empreendimento até o atendimento da pessoa física. Nossas áreas trabalham em conjunto para pessoa física e jurídica. O objetivo do imobiliário não é conceder o imóvel, mas fechar com sucesso toda a operação”, diz Bianchi.

Para 2022, no entanto, o cenário se encontra mais complexo para o setor imobiliário devido ao aumento da taxa Selic. Na avaliação de Ferreira, qualquer base de comparação com o ano passado se torna difícil por ter sido um período de recordes, mas o mercado mudou de patamar, com recuperação dos preços que estavam estancados. “Nossos investimentos não são de curto e médio prazos. A conjuntura é mais difícil, mas o mercado ainda vive um bom momento”, afirma.

Miltom d’Avila, superintendente do segmento imobiliário do Itaú BBA, destaca, por sua vez, que houve uma profissionalização maior no mercado nos últimos anos, algo que ajuda as companhias do setor a atravessar qualquer ambiente mais difícil.

Fonte: Valor Econômico