Dívida média de quem recebeu o auxílio era de R$ 476; levantamento foi realizado com mais de 15 milhões de consumidores
Um estudo realizado pela BLU365, especialista em recuperação de crédito de pessoas físicas, aponta um aumento nos acordos e quitação de dívidas das pessoas que receberam o auxílio emergencial do governo, que começou a ser pago em abril, com valor de R$ 600, e que foi estendido até o fim do ano, com as quatro últimas parcelas de R$ 300.
O levantamento, feito com mais de 15 milhões clientes, mostra que o número de negociação e pagamento de dívidas foi 10% maior no grupo de pessoas que receberam o auxílio emergencial em comparação às que não receberam. A dívida média de quem recebeu a ajuda é de R$ 476, enquanto a dívida média daqueles que não receberam é de R$ 510 (7.5% maior).
De acordo com os dados da BLU365, o número de pessoas que receberam o auxílio foi 26% maior entre aqueles que estão com dívidas em atraso de até 30 dias e 10% maior em consumidores com dívidas em atraso acima de 540 dias, em comparação com aqueles que não receberam o auxílio.
Outro dado importante é que 80% das pessoas que receberam a ajuda do governo têm renda estimada de até 2 salários-mínimos.
Cerca de 45% da base de clientes da BLU365 recebeu o auxílio emergencial e destes, 45% são beneficiários do bolsa-família. 33% são mulheres chefes de família e receberam R$ 1200/mês.
e acordo com João Henrique Netto, líder de ciência de dados da BLU365 e responsável pelo levantamento, “fica evidente que a ação do Governo Federal foi crucial para injetar liquidez na economia, em especial nas famílias mais pobres. Isso refletiu diretamente na queda da inadimplência das famílias, elevando o potencial de acordos financeiros para quitação de débitos tanto recentes quanto mais antigos. De qualquer maneira, não podemos esquecer que o auxílio já tem data para encerrar, em dezembro, e deve haver uma relevante mudança no comportamento da inadimplência no próximo ano. Sendo assim, é fundamental que as empresas estejam atentas na estratégia tanto relacionada à inadimplência quanto relacionada à recuperação de crédito”, afirma Netto.