Crédito ou débito? Na incerteza da crise, consumidores preferem débito

As maquininhas do Sicredi, sistema de cooperativas de crédito, registraram aumento três vezes maior para as transações feitas com cartão de débito do que com cartão de crédito durante o segundo trimestre, o primeiro depois do início a pandemia no Brasil. Foram R$ 1,8 bilhão em compras realizadas no débito, alta de 42% em relação a igual período do ano anterior, e R$ 1,4 bilhão no crédito, avanço de 14% – números que consideram 156,2 mil estabelecimentos cadastrados.

Vai no garantido. Segundo o Sicredi, a expansão maior do débito está relacionada à crise econômica e às incertezas quanto à duração da pandemia. Os consumidores procuraram controlar o orçamento e a opção débito é mais segura. As pessoas gastaram o que realmente tinham em conta, em função da falta de visibilidade de até quando iria durar a pandemia. Também priorizaram o consumo de produtos básicos, segundo Cidmar Stoffel, diretor executivo de produtos e negócios do Sicredi. Além disso, emissores passaram a aceitar o débito em aplicativos como iFood e Uber.

Reforço. O aumento do débito verificado pelo Sicredi também ocorreu durante o início do auxílio emergencial. Segundo levantamento da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), se não fosse pelo auxílio, as compras feitas pelos brasileiros com cartão de débito teriam caído 2,3% no segundo trimestre em comparação a igual período do ano passado. Com o benefício, houve ligeiro avanço de 0,3%, para R$ 150,4 bilhões, praticamente estável. A contribuição do auxílio foi de cerca de R$ 4 bilhões.

Fonte: Estado de SP