Famílias com renda mensal de R$ 9 mil ou mais foram as que mais sentiram a queda dos preços no mês; expectativa é de que novas reduções sejam registradas nos próximos meses
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a deflação em agosto foi generalizada por faixas de rendimento. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial do país, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve a segunda deflação consecutiva em agosto, de 0,36% de queda. Em julho, o IPCA tinha sido de – 0,68%, menor taxa de toda a série histórica, iniciada em 1980. No entanto, o comportamento da deflação é diferente por faixas de rendimento. Até o momento, quem tem sentido mais o efeito da queda são as famílias mais ricas. No mês de agosto, por exemplo, também de acordo com a IPEA, as famílias com rendimento mensal de R$ 9 mil ou mais tiveram uma deflação de 0,52%, enquanto as famílias mais pobres, com renda de até R$ 900 por mês, perceberam uma queda de preço de apenas 0,12%. A diferença é justificada pelo peso que os preços tê no orçamento das famílias. Espera-se neste momento novas quedas da inflação no Brasil. Em um primeiro momento, as quedas foram reflexo da redução dos preços nos combustíveis, anunciados pelo Petrobras, e de itens essenciais. Agora, a expectativa é sobre a queda nos preços dos alimentos e do gás de cozinha, também já anunciado pelo petroleira estatal. “O IPCA, que é a inflação oficial, fecha neste ano entre 6,5% e 7%, tendendo a uma queda ainda maior, caso tenhamos novas derrubadas nos preços dos combustíveis, podendo cair até para 6% no acumulado em dezembro. Por outro lado, para o ano ano que vem, essa inflação cai de 6%, podendo ir até para dentro da meta, ficando mais próxima de 5% no acumulado de 12 meses”, afirma o professor Gilberto Braga, do IBMEC.
Fonte: Jovem Pan