As ações do setor de energia elétrica voltaram a ser destaque nas carteiras de dividendos, junto com os papéis do setor financeiro. O resultado dos balanços divulgados pelas empresas de capital aberto, que ficou mais baixo do que o projetado no terceiro trimestre, e a demora na retomada do crescimento econômico levaram a uma revisão dessas carteiras pelos estrategistas, que veem nesses setores boas oportunidades para quem prefere posições mais defensivas.
As ações de instituições financeiras têm sido mais lembradas em meio à expectativa de analistas com a possibilidade de melhora dos resultados do segmento a partir do próximo ano, em um cenário de retomada do crédito.
Os papéis do setor de energia elétrica, principalmente as ações das companhias ligadas à área de transmissão, voltaram a ser apostas para uma carteira de dividendos após o fim da crise hídrica. “Esses papéis são uma boa opção porque têm receita recorrente”, diz Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos.
As carteiras de ações que pagam dividendos são escolhidas por investidores com estratégias de longo prazo e que preferem ter uma renda periódica. Elas também são procuradas em momentos de volatilidade maior no mercado financeiro, porque uma das características desses papéis é ter menor oscilação de preço. Para escolher as melhores ações para compor a carteira de dividendos, os investidores também acompanham um indicador conhecido como “dividend yield”, que mede a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de sua ação.
De acordo com cálculos de profissionais do mercado financeiro, as ações com maior “dividend yield” projetados para o próximo ano são as da produtora de relógios Technos, com “dividend yield” de 15,17%; a da Guararapes Confecções (12,77%); a transmissora de energia Taesa (11,58%); a AES Tietê (10,10%); a Smiles (7,85%); a Multiplus (7,74%); a Gerdau Metalúrgica (7,72%); e a Comgás (7,71%).
A Guide Investimentos reviu recentemente as ações que fazem parte da carteira de dividendos. Do setor elétrico ficaram os papéis das empresas de transmissão de energia, como Alupar e Taesa, e a geradora de energia AES Tietê. Também fazem parte da carteira as ações de Smiles e Multiplus. “Optamos por Taesa e Alupar porque têm uma receita que não costuma variar ao longo dos anos”, diz Ohmachi. A escolha pelos papéis da Smiles e da Multiplus ocorreu porque essas companhias não precisarão usar o lucro para novos investimentos, o que preserva o pagamento de dividendos.
A carteira de dividendos da XP Investimentos também foi revista e ganharam importância as ações do setor financeiro. Na carteira da XP estão os papéis do Itaú Unibanco, da BB Seguridade, da BM&FBovespa, do Banco do Brasil e da Vivo. “O setor financeiro deve ter um aumento nas margens de lucro, o custo de captação está menor para os bancos, a inadimplência começou a cair e o crédito deve começar a subir”, diz Celson Plácido, estrategista da XP Investimentos.
De acordo com Plácido, a aposta nas ações do BB considera que o valor dos papéis estava abaixo dos seus pares e pode subir. Em relação às ações da BB Seguridade, Plácido acredita no crescimento da carteira de seguros, já a Vivo pertence um setor regulado e que projeta um dividendo considerado alto para este ano.
A Itaú BBA Corretora também reviu a carteira de dividendos. Mais cautelosa, a carteira da corretora tinha três ações de energia elétrica, agora há apenas uma, a Transmissão Paulista. Outros papéis que compõem a carteira são a Ambev, a Metal Leve, a Vivo e o fundo Kinea Renda Imobiliária. A escolha dos papéis, segundo o estrategista Lucas Tambellini, considera a diversidade de setores cujas empresas têm renda garantida. “Tentamos fazer um mix, buscando previsibilidade no fluxo de caixa e nos dividendos”, diz.
Tambellini também considera que diante da atual situação econômica não deve haver um aumento no pagamento de dividendos. Uma elevação só deve ocorrer se houver um aumento no lucro das empresas no primeiro trimestre do ano que vem. “A demanda continua fraca, as empresas mantiveram as margens de lucro neste trimestre, muito mais pelo corte de custos do que pelo aumento da demanda”, diz.
Segundo dados do Valor Data, de julho a setembro, pela primeira vez em quatro anos, a receita líquida de 278 empresas de capital aberta apresentou queda nominal de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 335,3 bilhões. De maneira geral, a maior parte dos analistas considera que a recuperação do resultado financeiro das empresas dos setores de varejo e imobiliário só deve ocorrer a partir do segundo semestre do ano que vem. Já os setores de serviços e indústria podem esboçar uma reação nos resultados a partir do primeiro semestre de 2017.
Fonte: Valor Econômico
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