Em outubro, juros do cartão no rotativo ultrapassaram 475% ao ano.
Expectativa é que caia pela metade a taxa de juros do rotativo.
O governo também anunciou mudanças no cartão de crédito. A expectativa é que caia pela metade a taxa de juros do chamado rotativo, que é quando a pessoa não paga a fatura toda do cartão.
É o que todo brasileiro sabe: pagar só o mínimo do cartão de crédito pode virar uma armadilha. “Eu nunca paguei o mínimo não. Eu corro de juros, que os juros do cartão de crédito são extorsivo”, comenta Sérgio Terra, advogado.
“Você acaba pagando um valor irrisório, achando que vai minimizar a situação e acaba tendo um problema bem maior depois”, diz Rosângela Gaudino, psicóloga.
Atualmente, o cliente pode pagar apenas uma parte da fatura, o chamado mínimo, que corresponde a 15% do valor do total do que ele deve no cartão e deixar o restante para o próximo mês.
Quando isso acontece ele entra no chamado rotativo, um tipo de financiamento da dívida. Uma operação que cobra juros altíssimos. Em outubro, os juros do cartão de crédito no rotativo ultrapassaram 475% ao ano.
Nesta quinta-feira (22), o governo anunciou que os juros do rotativo só poderão incidir sobre o valor da fatura por, no máximo, 30 dias. Hoje essa taxa é cobrada enquanto o consumidor continua sem quitar toda a fatura.
Agora, se ele não conseguir pagar o total do que deve, será oferecido uma nova modalidade de crédito: o parcelado.
“Esse crédito rotativo terá a sua taxa de juros praticada pelos bancos caindo por valor aproximadamente menos do que a metade do valor hoje do custo hoje do crédito do cartão e no parcelado um valor, um custo ainda menor”, destaca Henrique Meirelles, ministro da Fazenda.
A expectativa do governo é que os juros para quem atrasa o pagamento do cartão comecem a cair no fim do primeiro trimestre de 2017. O Conselho Monetário Nacional, que formula a política de crédito, ainda tem que baixar uma resolução para que a medida entre em vigor. O ministro da Fazenda garantiu que os bancos se comprometeram a baixar os juros e disse que um dos efeitos esperado é a diminuição da inadimplência no rotativo, que, em outubro, bateu 36%.
Em nota, a Associação das Empresas de Cartões disse que outra consequência é o maior controle do consumidor sobre os gastos e o menor comprometimento da renda mensal dele, uma forma, segundo o especialista em finanças Marcos Melo, de estimular a economia.
“Quando ela consegue, de fato, então, pela redução da taxa de juros, fazer a negociação com os bancos e assim continuar pagando normalmente as suas contas, isso a libera para poder aumentar o consumo da sua própria família. Faz com que as empresas também contratem mais pessoas e assim reativa a economia naturalmente”, explica Marcos Melo, professor de finanças do Ibmec.
Fonte: G1.globo.com