Bradesco acaba com rotativo do cartão a partir de abril

Para se adequar a regulamentação do CMN, crédito agora só poderá ter prazo de um mês e terá de ser refinanciado na fatura seguinte

Os bancos Bradesco e Santander anunciaram hoje as regras para o crédito rotativo, que agora só poderá ter prazo de um mês e terá de ser refinanciado na fatura seguinte, conforme regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN) que entra em vigor em abril.

Os dois bancos anunciaram também a redução dos juros do rotativo, como queria o governo com a medida.

As novas taxas, bem mais baixas que os 16% ao mês das máximas do mercado para o rotativo hoje, serão aplicadas no financiamento das faturas e chegarão ao teto de 10% ao mês.

Hoje, o Itaú Unibanco divulgou também sua nova política para os cartões e a redução dos juros. O Banco do Brasil (BB) havia anunciado as mudanças em 15 de fevereiro.

O sistema do Santander é parecido com o do Itaú. O cliente que fizer um rotativo receberá na fatura o valor que deixou de pagar na conta anterior como pagamento parcial indicado.

Se quitar esse parcial indicado, ou seja, o rotativo anterior, o valor das novas compras se transformará em rotativo para o mês seguinte.

Mas se o cliente pagar apenas o valor mínimo, de 15% da fatura, calculado sobre o total, a diferença que sobrar, ou seja, os 85% não pagos, será dividida em duas: o que faltar para pagar o rotativo antigo será parcelado por prazos de 4 a 18 meses, com juros de 2,99% a 9,99%; e a parcela das compras novas se tornará rotativo para ser paga no mês seguinte, da mesma forma.

No mês seguinte, o processo se repete, mas já contando com a primeira prestação do crédito parcelado referente ao rotativo anterior, que terá de ser paga.

O Santander lembra que já oferecia linhas para parcelamento das faturas dos cartões com juros menores que os do rotativo.

“A nova regulamentação aplicada ao rotativo vem em linha com a estratégia do Banco de oferecer alternativas de financiamento mais adequadas a cada perfil de cliente, em cada momento de sua vida financeira”, afirma Rodrigo Cury, superintendente executivo de Cartões do Santander, admitindo porém que o processo é complicado.

“Sabemos que, em um primeiro momento, os clientes terão de se adaptar ao funcionamento do produto, mas os benefícios no longo prazo serão percebidos, principalmente na redução do nível de comprometimento das famílias com dívidas e consequente retomada do crescimento econômico”, completa.

Já o Bradesco optou por acabar com o crédito rotativo, mantendo apenas o parcelado, com juros reduzidos em mais de 33%, para 3,60% a 9,80% ao mês, dependendo do perfil do devedor.

“Em relação às taxas médias do rotativo, a queda será superior a 50%”, disse o banco em comunicado.

Segundo o Bradesco, se no mês anterior o cliente parcelou a fatura, o pagamento mínimo no mês seguinte será o valor da parcela e mais 15% das compras realizadas no mês.

O cliente poderá fazer vários parcelamentos dentro do limite de crédito do cartão. Ou seja, o cliente poderá ir parcelando o rotativo até que os parlamentos atinjam o valor do limite de crédito do cartão.

Ao receber a fatura, o cliente terá a opção de pagar 15% do valor total e o restante será automaticamente parcelado em 12 vezes. Caso queira pagar outro valor, o cliente deverá entrar no internet banking do Bradesco ou ligar para a central de atendimento do banco.

No mês seguinte, a parcela desse empréstimo entrará como pagamento mínimo da fatura, juntamente com 15% das compras novas.

Em todos os casos, porém, as taxas de juros seguem bastante elevados, em torno de 10% ao mês. O ideal, portanto, é que os donos de cartões controlem bem suas contas, para evitar entrar no rotativo.

Fonte: Exame.com