O volume de renegociações de dívidas no sistema financeiro brasileiro encerrou o ano passado em R$ 341 bilhões, alta de 34% em relação a 2015, de acordo com esclarecimento feito ontem pelo Banco Central. O saldo é inferior ao divulgado em reportagem do Valor publicada na segunda-feira, de R$ 416 bilhões – alta de 37%.
Na edição mais recente do Relatório de Estabilidade Financeira, o BC divulgou de forma separada dois dados sobre os processos de renegociação de dívida pelos bancos: as operações tradicionais, que ocorrem em condições normais de mercado, e as reestruturadas – quando o banco abre mão de parte do principal da dívida em razão da dificuldade de pagamento do tomador do crédito.
Segundo os dados do BC, as operações de renegociação encerraram dezembro com um saldo de R$ 341 bilhões, enquanto que as reestruturações de dívida alcançaram R$ 76 bilhões no fim do ano passado. O BC esclareceu que, embora tenham sido apresentados de forma separada, os dados de renegociações já incluem as operações reestruturadas.
O volume de renegociações no sistema financeiro é recorde e representa 11% do saldo total de crédito no país, que encerrou o ano passado em R$ 3,1 trilhões. Nas linhas para pessoas físicas, de cada R$ 100 em créditos, aproximadamente R$ 12 passaram por algum tipo de refinanciamento, de acordo com o BC. Na carteira de empresas, os refinanciamentos representam 9,7% do total.
No total, a carteira de créditos renegociados dos quatro maiores bancos de capital aberto – Itaú Unibanco, BB, Bradesco e Santander – aumentou 21% no ano passado, para pouco mais de R$ 80 bilhões, de acordo com informações dos balanços.
Fonte: Valor Econômico