Levantamento realizado pela FGV aponta, no entanto, que setor está pronto para iniciar recuperação, só não se sabe quando
RIO – O mercado de trabalho chegou ao fundo do poço, mas está pronto para iniciar uma trajetória de recuperação, na esteira da retomada da atividade econômica. Essa é a principal conclusão dos dados dos indicadores antecedentes realizados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgados nesta terça-feira, 6.
Segundo um dos responsáveis pelo estudo, Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV, uma melhora ou piora no emprego, porém, dependerá do nível de incerteza daqui para a frente.
Para Barbosa Filho, está “tudo pronto” para a pior crise econômica da história ter passado. “Batemos no fundo do poço. O problema é que a trajetória de recuperação já não é a mesma”, disse o pesquisador, referindo-se às incertezas criadas pela crise política instaurada após a revelação das delações premiadas de executivos do frigorífico JBS, que envolvem o presidente Michel Temer.
A trajetória de recuperação já não é a mesma porque, na análise de Barbosa Filho, há risco de as reformas perderem fôlego no Congresso Nacional. A incerteza agora é se essa perda de fôlego significa apenas uma redução no ritmo do rumo do governo na direção das reformas ou se implicará uma mudança de rota.
Nesse quadro, a reforma da Previdência é mais importante do que a reforma trabalhista. Para Barbosa Filho, a flexibilização das regras do mercado de trabalho pode ajudar na recuperação do emprego quando a atividade econômica for retomada. O problema é que isso só ocorrerá de forma sustentada quando houver o encaminhamento do problema fiscal, que passa pela Previdência.
“O gatilho para a recuperação é a solução fiscal”, disse Barbosa Filho.
Fonte: Estadão