Formuladores de regras globais esperam alcançar um acordo “num futuro próximo” sobre os elementos finais das reformas que pretendem tornar o setor bancário mais seguro, afirmou ontem o chefe do Comitê de Basileia para Supervisão Bancária. A ideia é que as novas regras tratem das preocupações de investidores e reguladores de que as instituições financeiras aumentaram seus índices de capital – medida importante de sua capacidade de absorver perdas futuras – subestimando parcialmente as chances de seus créditos se tornarem inadimplentes.
Porém, as regras propostas causaram uma disputa entre autoridades dos Estados Unidos e da Europa, já que esta acredita que a regulação vai exigir que seus bancos retenham mais capital e, portanto, limitarão o crédito na região.
Os bancos têm manifestado impaciência crescente com a incerteza gerada pelos atrasos na finalização das regras, mas o secretário-geral do Comitê de Basileia para Supervisão Bancária, William Coen, disse que eles podem não ter de esperar muito mais.
“Dado o amplo apoio de todas as partes, incluindo o setor bancário, para se chegar a um acordo, tenho a esperança de que poderemos finalizar as reformas num futuro próximo”, disse.
Desde o fim de 2014, o Comitê de Basileia – formado por banqueiros centrais de 28 países – tem analisado formas de restringir os cálculos internos de riscos das instituições financeiras.
Para fazer com que os bancos parem de subestimar o risco de seus ativos, Basileia quer adotar um piso que defina um limite estrito para quanta flexibilidade eles podem ter na avaliação dos riscos. Coen deu como um exemplo um piso de 70% a 75% de um método padronizado.
Coen afirmou ainda que a calibragem exata desses limites é “uma questão difícil” porque terá impacto “em alguns bancos”. As mudanças propostas podem ter efeito desproporcional nos bancos europeus, que tendem a reder mais ativos nos balanços que os competidores dos Estados Unidos. Bancos americanos, por sua vez, securitizam uma ampla fatia de hipotecas, tirando-as de seus balanços, enquanto os europeus geralmente as retêm.
Coen disse que reguladores e bancos nacionais terão tempo para implementar o novo padrão, se e quando ele for aprovado. “Para reconhecer tais diferenças na preparação dos bancos das diversas jurisdições para cumprir as novas regras, o comitê, no passado, deu tempo aos bancos e aos reguladores para cumprir os cronogramas de implementação, junto com acordos de transição para chegar aos novos parâmetros”, disse.
Fonte: Blog Televendas