Lançada há dois anos como uma plataforma on-line para aproximar empresas em busca de crédito e instituições financeiras, a F(x) – leia-se: F de X – vai dar um novo passo. A partir desta semana, a fintech começa a oferecer sua estrutura para intermediar descontos de duplicatas.
A ideia é conectar companhias e fundos de direitos creditórios (FIDCs) que tenham interesse em ficar com esses recebíveis. Por meio de algoritmos, o sistema seleciona as melhores combinações entre o perfil das empresas que se cadastram no site e os potenciais investidores, e realiza um pregão cujo vencedor obtém o direito de prosseguir as negociações com exclusividade.
É o mesmo modelo aplicado nas operações de crédito já feitas por meio da ferramenta. Como as informações do perfil são publicadas pelos próprios participantes e o algoritmo faz as melhores combinações (chamadas de “matching”), o modelo tem sido comparado ao do aplicativo de namoro Tinder. A F(x) cobra uma taxa de 1% a 2% do valor dos empréstimos contratados.
“A demanda pelo desconto de duplicatas veio da nossa base de clientes. Começamos com operações de 36 meses, mas as empresas pediram prazos mais curtos”, diz Dan Cohen, ex-Hedging Griffo. “A ferramenta garante volume para os fundos e a companhia consegue prefixar uma parte dos recebíveis.”
A plataforma tem cerca de R$ 500 milhões em créditos já listados e conta com mais de 90 instituições financeiras participantes. Desse total, 20 são FIDCs, mas a expectativa de Cohen é que, com o desconto de duplicatas, o número de fundos chegue a mais de cem. O empresário não faz projeção do volume de duplicatas que deve ser movimentado.
Segundo Cohen, inicialmente a ferramenta vai limitar as negociações a até 30% do total das duplicatas de uma determinada companhia para que não haja muita oscilação nos volumes negociados.
Embora qualquer empresa e instituição financeira possa inscrever seu perfil na rede, a aprovação final dos participantes cabe à F(x). A fintech também procura conhecer e manter contato com as instituições financeiras, ao mesmo tempo em que uma rede de 170 consultores prospecta clientes potenciais. “Não é um processo rápido, mas o crédito ainda requer interface humana”, afirma.
Com 21 funcionários, a F(x) tem Cohen como acionista majoritário e já recebeu aportes da eGenius e de outros dois investidores. A fintech também atraiu recursos da agência Desenvolve SP, ligada ao governo de São Paulo.
Fonte: Blog Televendas