Para Benjamin Gleason, do GuiaBolso, recurso extra deve ser empregado com cautela e planejamento para trabalhador não ficar no prejuízo
Antes de pensar em cair nas compras de fim de ano, o recurso extra que chega na conta do trabalhador com o pagamento do 13º salário deve ser destinado para quitar as dívidas. Agora, se as finanças estiverem em ordem, o ideal é destinar uma parte do recurso para algum investimento. Esse, pelo menos, é o conselho do sócio do GuiaBolso Benjamin Gleason. De acordo com ele, é justamente após o pagamento da quantia que os trabalhadores devem redobrar a atenção com os próprios gastos para não ficar no prejuízo.
“A primeira dica que eu dou é usar esse dinheiro para pagar dívidas caras, caso existam. Os juros caros acabam consumindo boa parte da renda, então isso deve ser prioridade”, alerta o especialista. Uma opção, segundo ele, é avaliar a possibilidade de adquirir uma dívida mais barata para quitar a mais cara. O exemplo do cheque especial é o mais clássico: com juros que atingiram 333,68% ao ano em novembro, ele custa cada vez mais cara ao bolso dos brasileiros. No entanto, é possível realizar um empréstimo com taxas de juros mais baixas e que caibam no orçamento para quitar a dívida do cheque especial.
Outra destino para o 13º salário são as contas típicas de início de ano como IPVA, IPTU e matrícula de escola ou faculdade, diz Gleason. “São gastos fixos que virão de qualquer maneira, então é bom separar parte do valor recebido para quitá-los”, explica.
A criação de uma reserva financeira também é um ponto importante na discussão de como utilizar esse recurso de maneira inteligente, afirma. Para ele, essa pode ser a chave de uma vida financeira mais equilibrada para o ano que começa. “É uma ação que protege contra imprevistos. O ideal é seguir a linha de raciocínio de criar uma reserva equivalente a 6 meses dos seus gastos. Quem puder fazer isso tem a chance de já começar 2018 no azul.”
Para aqueles que já estão com as contas em dia, preparados para os gastos de início de ano e foram capazes de poupar dinheiro para casos emergenciais, o especialista recomenda investir o 13º salário. “Essa é uma época do ano em que há muito apelo de consumo, mas é importante pensar que, em vez de gastar, o investimento é mais atraente pensando no longo prazo”, alerta o sócio do GuiaBolso.
Entre as opções, que dependem do perfil e objetivo de cada investidor, Gleason cita os fundos DI e CDBs (certificado de depósito bancário). “Pensando em segurança e rentabilidade, podem ser boas escolhas.”
Fonte: Estadão