Inflação foi de 0,28% em novembro e 2,8% em 12 meses, diz IBGE

A inflação acumulada nos 11 primeiros meses do ano ficou em 2,5%, menor resultado para o período desde 1998. Taxa anual está abaixo do piso da meta

São Paulo – A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,28% em novembro.

A taxa veio abaixo dos 0,42% de outubro e dos 0,18% registrados no mesmo mês no ano passado.

Os dados foram informados na manhã desta sexta-feira (08) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O número também veio abaixo da expectativa do mercado, expressa pelo último Boletim Focus, que era de 0,38%.

A inflação acumulada nos 11 primeiros meses do ano ficou em 2,50%, menor resultado para novembro desde 1998, quando acumulava 1,32% a esta altura.

A inflação acumulada dos últimos 12 meses está em 2,8% – acima dos 12 meses imediatamente anteriores (2,7%), mas ainda abaixo do piso.

A lei define que o governo deve perseguir em 2017 e 2018 uma inflação anual de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (6%) ou para baixo (3%).

Se a inflação fecha um ano fora destas margens, o presidente do Banco Central (atualmente Ilan Goldfajn) é obrigado por lei a fazer uma carta aberta ao Ministério da Fazenda explicando o que aconteceu.

Isso nunca aconteceu pelo estouro do piso desde que o regime de metas de inflação foi adotado em 1999. Em 2001, 2002, 2003 e 2015 a carta aberta teve de ser feita, mas pelo estouro do teto.

Grupos

Dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE, 7 subiram e 2 tiveram queda de preços em novembro em relação ao mês anterior.

Alimentação e Bebidas, que responde por cerca de um terço do peso do índice, caiu pelo sétimo mês consecutivo. Os -0,38% de novembro foram ainda mais fracos do que os -0,05% de outubro.

Mas enquanto os preços dos alimentos para consumo em casa recuaram, em média, 0,72%, a alimentação fora de casa subiu 0,21%.

No balanço do ano, o grupo registra queda de 2,4%, menor taxa desde que o Plano Real começou em 1994.

O grupo Habitação cresceu menos em novembro (1,27%) do que em outubro (1,33%), mas ainda assim foi o grupo com maior impacto na taxa final: 0,20 ponto percentual.

0,15 ponto percentual pode ser atribuído a apenas um fator dentro do grupo: a energia elétrica, que subiu 4,21%, em média, no mês.

A alta foi influenciada pela alta nos valores da bandeira tarifária vermelha. O adicional em outubro, que foi de R$ 3,50 a cada 100 Kwh consumidos, passou para R$ 5 na mesma medida em novembro.

Além disso, Goiânia, Brasília e São Paulo tiveram reajustes de energia por volta do dia 22 de outubro, mas cujo impacto foi sentido com mais força na taxa só em novembro.

O grupo Transportes acelerou em relação ao mês anterior com influência de altas nos preços de gasolina (2,92%) e etanol (4,14%), mas com recuo de 10,03% no preço das passagens aéreas.

Grupo Variação outubro (%) Variação novembro (%)
Índice Geral 0,42 0,28
Alimentação e Bebidas -0,05 -0,38
Habitação 1,33 1,27
Artigos de Residência -0,39 -0,45
Vestuário 0,71 0,1
Transportes 0,49 0,52
Saúde e cuidados pessoais 0,52 0,34
Despesas pessoais 0,32 0,42
Educação 0,06 0,03
Comunicação 0,40 0,15

 

Grupo Impacto outubro, em p.p. Impacto novembro, em p.p.
Índice Geral 0,42 0,28
Alimentação e Bebidas -0,01 -0,09
Habitação 0,21 0,20
Artigos de Residência -0,02 -0,02
Vestuário 0,04 0,01
Transportes 0,09 0,09
Saúde e cuidados pessoais 0,06 0,04
Despesas pessoais 0,04 0,05
Educação 0,00 0,00
Comunicação 0,01 0,00

 

Fonte: Exame.com