No ano anterior, 27% dos acordos tiveram reajustes acima da inflação, segundo levantamento da Fipe; 10% das negociações resultaram em reajustes abaixo da inflação em 2017, contra 46% em 2016.
Em um ano marcado por alta de preços mais controlada, a maioria dos acordos salariais trouxe ganhos reais em 2017 para os trabalhadores. É o que aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
De todos os reajustes salariais acertados no ano passado, 79% conseguiram aumentos acima da inflação, segundo a Fipe. Em 2016, esse percentual foi bem menor – de 27%.
Os dados consideram a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2017, o INPC avançou 2,07%.
Apesar do recuo da inflação, 10% dos acordos tiveram reajustes inferiores ao índice. Trata-se de uma redução em relação ao número registrado em 2016, de 46%, marcando o pior dos últimos 9 anos para os reajustes salariais.
Considerando os mais de 17 mil acordos de reajustes salariais no ano, os profissionais tiveram um ganho real mediano de 0,67%, de acordo com a pesquisa da Fipe. No ano passado, o ganho havia sido nulo.
Na divisão por estados, o Amazonas registrou o maior reajuste real, com mediana de 1,27%, seguido pelo Espírito Santo, com 1,02%. Já o aumento mais baixo em 2017 aconteceu no Acre, com 0,06% de aumento real dos salários. O segundo ganho mais baixo foi de 0,18% em Sergipe.
A Fipe destaca que os números constituem em um “balanço positivo” dos reajustes salarias. Segundo a pesquisa, a quantidade de acordos para redução de jornada de trabalhos e de salários caiu 65% entre 2016 e 2017, para 137 casos no ano passado.
O ano foi marcado por um recuo da taxa de desemprego, em um movimento, porém, puxado pelo trabalho informal e por conta própria, enquanto o índice que mede o trabalho com carteira assinada ainda mostra dificuldades. Houve ainda a aprovação da reforma trabalhista, que provocou mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Fonte – G1 Economia