Resultado foi influenciado pela revogação de lei em SP que limitava o registro de inadimplência, o que levou a uma inserção abrupta na base de devedores
São Paulo – Como reflexo da recuperação lenta do emprego e da renda, o total de brasileiros com alguma conta em atraso chegou a 62,2 milhões em abril, ou 41% da população adulta do País, conforme pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O número representa uma alta de 3,54% em relação à quantidade de inadimplentes registrada no mesmo mês do ano passado, marcando a sétima alta consecutiva do indicador na comparação interanual. Se comparado a março, o indicador ficou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,04%.
O resultado foi influenciado pela revogação de uma lei no Estado de São Paulo que limitava o registro de inadimplência, o que levou a uma inserção abrupta, na base de devedores, de atrasos que estavam represados – só na região Sudeste, o número de inadimplentes teve aumento de 8,56% frente a abril do ano passado.
Ainda assim, a avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é de que, a despeito do fim da recessão, os dados retratam as dificuldades enfrentadas pelas famílias.
“O desemprego segue elevado e a renda, reduzida. Mesmo com o fim da recessão e sinais mais evidentes de que o País está se recuperando da crise, os efeitos imediatos no bolso do consumidor ainda demoram a aparecer”, comenta a economista.
O balanço mostra ainda que o volume de dívidas em nome de pessoas físicas cresceu 1,29% em abril, se comparado a igual período de 2017. O resultado representa o primeiro aumento do número de dívidas desde junho de 2016. Em média, cada inadimplente possui duas contas em atraso.
O levantamento leva em consideração desde dívidas bancárias – como faturas atrasadas de cartão de crédito e empréstimos contraídos em bancos não pagos – a crediários abertos no comércio e dívidas com empresas que prestam serviços de telefonia, TV por assinatura e internet.
Fonte: Exame.com