Aneel aprovou reajuste de 15,84% nas tarifas da Eletropaulo a partir de quarta-feira e surpreendeu analistas do mercado, que esperavam reajuste menor
BRASÍLIA – As tarifas dos clientes da Eletropaulo terão reajuste médio de 15,84% a partir desta quarta-feira, 04. Os clientes residenciais terão aumento de 15,08%, enquanto aqueles conectados à alta tensão, como indústrias, terão alta de 17,67%.
A Eletropaulo atende a 7,2 milhões de unidades consumidoras na região metropolitana de São Paulo. O aumento das tarifas é autorizado uma vez por ano e não está relacionado à venda do controle da empresa, que pertencia ao grupo norte-americano AES, para a italiana Enel.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que o reajuste reflete o aumento dos custos com a compra de energia. “Não é um ponto fora da curva. Os reajustes têm se encaminhado mais ou menos nessa ordem de grandeza.”
O aumento autorizado, no entanto, surpreendeu analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam aumento de até 10%. A elevação deve ter impacto entre 0,16 e 0,19 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. Economistas do mercado financeiro estimam que a mediana do IPCA de 2018 fique em 4,03%, segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira.
Inflação. Apesar do susto, os especialistas ainda aguardam o resultado do IPCA de junho, que será divulgado na sexta-feira, e terá forte pressão sobretudo nos preços de alimentos e de combustíveis, em decorrência dos efeitos da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. A expectativa é que esses impactos se dissipem e a inflação volte a apresentar comportamento menos desfavorável nos próximos meses.
O desempenho dos preços de energia, item que tem peso de quase 3,5% na inflação, deve continuar no centro das atenções, especialmente em razão das incertezas com relação ao período de seca. A Aneel manteve em julho a bandeira vermelha 2, que inclui a cobrança de R$ 5,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Em maio, a bandeira era amarela, cuja taxa extra é de R$ 1,00 a cada 100 kWh. COLABORARAM MARIA REGINA SILVA E THAÍS BARCELLOS, DE SÃO PAULO
Fonte: Estadão